MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 54 Educacionais Anísio Teixeira, vinculado ao Mi- nistério da Educação, mostra umgrande funil na Educação, alimentado pela evasão e repetência. No ensino fundamental 31 milhões de matrícu- las. No ensino médio 8,3 milhões, formando-se apenas 1,8 milhões. O gráfico abaixo mostra o funil da educação a partir da 5 a série do ensino fundamental: Além dos números, a baixa qualidade. No IDEB – Índice da Educação Básica (MEC/INEP 2009), o ensino médio teve somente 3,6 pon- tos, numa escala que vai até 10. É uma média muito baixa para um país que quer competir num mundo globalizado. Além disso, o Censo Escolar de 2010 apontou um fato preocupante: 4,6 milhões de estudan- tes do maternal ao ensino médio deixaram de estudar nos últimos 8 anos. Essa redução não pode ser atribuída à menor natalidade, já que foi faixa de zero a cinco anos a que mais cresceu em escolaridade, com uma elevação dematrículas de 79%naquele período. Devido à enorme evasão e repetência em todo o ciclo educacional, acumulamos 57,7 milhões de pessoas, maiores de 18 anos, sem comple- tar o ensino fundamental e que estão fora da escola (Censo Escolar 2010). São os excluídos, condenados ao desemprego, subemprego ou empregos mal remunerados. Esse enorme contingente é um grande ce- leiro que o país pode investir. Por meio dos supletivos, também chamados de educação de jovens e adultos (EJA), podemos recuperá-los e qualificá-los para o trabalho. Se não investirmos nessa recuperação, não teremos candidatos suficientes para alimen- tar o crescimento econômico. Até os cursos técnicos que se planeja criar vão depender de matrículas oriundas desse contingente. No entanto, nos últimos três anos, o número de matrículas do EJA caiu em 14%. O Censo Escolar 2010 revela que o aumento do número de estudantes do ensino profis- sional ou técnico ainda é muito pequeno. Para cada aluno técnico, há oito alunos do ensino médio. Essa desproporção de 1 para 8 nos distancia dos países mais avançados e das demandas do trabalho. No Brasil, o ensino médio não visa à qualifica- ção profissional, tampouco se preocupa comsua terminalidade. Não leva em conta que muitos vão parar de estudar e precisarão trabalhar. Propostas para flexibilizar currículos e formar por especialidades começam aparecer, mas precisamos de planos e metas efetivas para transformá-las em realidade. No ensino superior também vivemos a desace- leração do crescimento do número dos universi- tários dos cursos presenciais, na contramão de uma economia que espera crescer 5% ao ano, comempresasquepretendemcrescer doisdígitos. 57.000 56.000 55.000 54.000 53.000 52.000 51.000 50.000 49.000 2002 2006 2010 QUEDA NAS MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DA CRECHE AO ENSINO MÉDIO DE 2002 A 2010 *Emmilharesdepessoas População2002e2006estimada População2010–Censo IBGE Fonte: MEC/ INEP - Censo Escolar 2010 Matrículas * MATRÍCULAS POPULAÇÃO 56.203 176.000 55.942 184.400 51.549 190.733 ANO 2002 2006 2010 4.500.000 4.000.000 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 5 a 6 a 7 a 8 a 1 a 2 a 3 a FORMAM FUNIL DA EDUCAÇÃO 2010 DA 5 a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL À 3 a DO ENSINO MÉDIO CensoEscolar2010 -MEC 1,8 MILHÕES 4,15 MILHÕES

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