MAI-JUN-2011
maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 69 tão enxutas, que o empregado precisa se sentir umpouco ‘patrão’ para construir uma trajetória de destaque. “Depois de 20 anos de vida pro- fissional, tenho de confessar que hoje minha visão do trabalho émenos romântica, não tenho a mínima dúvida de que a motivação principal de qualquer trabalho (a não ser o filantrópico, claro!) é a financeira. Ninguém trabalha por pura diversão, principalmente, depois de uma certa fase da vida,” explica a executiva, dizendo que também tem consciência de que quanto mais se persegue a remuneração como objetivo principal logo no começo da carreira, mais difícil torna-se alcançá-la. “Embora pareça difícil de acreditar, nenhuma das decisões que tomei na minha vida profissional, até mesmo o fato de mudar de país, foi baseada prioritariamente na oferta salarial. A remuneração foi sempre consequência de uma escolha que teve foco em outro critério – fosse ele de caráter pessoal, de desejo de crescimento ou aprendizado.” Épor isso que quando algumsubordinado chega para comunicar que vai sair da empresa por conta de uma proposta melhor de salário, ela sempre sugere que faça o seguinte exercício: “Se imagine daqui a três anos comesse novo salário. A probabilidade de você estar novamente insa- tisfeito com sua remuneração é grande. Então, pense no que émais importante para você como ser humano e profissional. Umambiente de tra- balho criativo e agradável? Possibilidades reais de crescimento? Chefes que te reconhecem? Um bom pacote de benefícios? Tudo isso deve ser “colocado na balança”, e muitas vezes uma decisão que não foi motivada pelo dinheiro hoje, amanhã pode se tornar amais lucrativa”, ensina Martha. “Omais importante para se manter no mercado, competitivamente, e crescer pessoal e profissionalmente é não ter a remuneração como motivação principal. Um profissional dedicado, que gosta do que faz, costuma ser bem infor- mado, construir uma rede de relacionamentos rica e investir na sua formação, com o estudo de línguas e cursos de aperfeiçoamento.” Receita saborosa Utilizando uma fórmula parecida com a de Mar- tha, outro ex-aluno da ESPM que está fazendo história no mundo do marketing é Marcio Oli- veira, vice-presidentedeatendimentoeoperações da Lew’Lara\TBWA. Em sua receita de sucesso, nunca faltaram os seguintes ingredientes: “Reci- clagemconstante, garra, energia, paixão pelo que faz e gostar de pessoas, que tornam esse negócio divertido, engajador e valioso.” Ele, que ingressou no mercado de trabalho em 1994, quando ainda cursava o segundo ano da ESPM, trabalhou como estagiário do departa- mento de marketing da Microsoft e trainee da Sony Music, até passar para o outro lado do balcão ao ingressar na agência Almap/BBDO. “Estou na Lew'Lara\TBWA há 12 anos. Entrei aqui como supervisor da conta do Banco Real e, como sou apaixonado pelo que faço, acabei crescendo junto com a agência.” Muito antes de descobrir sua verdadeira paixão, Oliveira diz ter gasto um bom tempo tentando encontrar aquilo que realmente amava fazer. “Hoje, o que chamo de trabalho não é uma obrigação, não é chato nem difícil. Isso me faz trabalharmaisporque, àsvezes, simplesmentenão me sinto trabalhando.” E para aqueles que estão começando uma carreira agora ele dá a seguinte dica: “Tenha exemplos a serem seguidos e foque num estágio que possa te render efetivação na área que você ama. Não embarque em qualquer } Tiago Faccio, proprietário da empre- sa Woodoo: { Desde que voltei para o Brasil, depois de 11 anos, tirei meus primeiros dez dias de férias agora |~ .
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