MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 78 competências e habilidades. É esta a causa de sérios atritos quando, por exemplo, confronta- dos com os papéis e processos usuais de uma organização privada, com metodologias e mé- tricas estabelecidas, os nativos da geração Y se veem diante de críticas, algo com que eles não sabem/aprenderam a lidar. Comalguma licença poética, poderíamos dizer que essa geração está contaminada com uma certa glamorização do sucesso . Muitos podem cultivar, em silêncio, a certeza de que são o pró- ximoMark Zuckerberg e que, francamente, não tem cabimento se conformar com o reles papel de um simples compilador de planilha num programa de trainees . Esses jovens acham, sin- ceramente, que estão em plena condição de se tornar CEOda empresa de umdia para o outro. Por issomesmo, são exigentes: querem salários altos, remuneração variável, horários flexíveis, liberdade para criar, promoção rápida e folgas mais generosas. Um levantamento do site CareerBuilder.com corrobora essa descrição anterior: os jovens profissionais querem sa- lários altos (74%); horários flexíveis (61%); promoção antes de um ano na empresa (56%) e mais tempo livre e férias (50%). Tudo isso antes mesmo de entregar qualquer resultado. Como não é fácil encontrar quadro semelhante em qualquer empresa, eles se frustram e, ven- cidos por um impulso inicial, frequentemente abandonam o trabalho sempensar duas vezes. Cabe incluir nesse breve mapeamento da geração Y que, não raro, esses jovens sofrem de uma virtual incapacidade de concentra- ção. São erráticos, checando status em redes sociais, respondendo SMS quase ao mesmo tempo em que respondem e-mails. A falta de um foco cognitivo afasta (ou até impede) esses novos profissionais de um processo motivador ou orientado à realização de tarefas no ambiente de trabalho. Deve-se admitir que as empresas não propi- ciam uma inserção (e não apenas inclusão) adequada desses jovens no mercado de traba- lho. Estruturas verticais demais e, digamos, virtual adoção de uma transparência orga- nizacional e de novas tecnologias (que está mais no nível do discurso do que da prática cotidiana), impedem que a geração Y con- cretize seu potencial transformador, dada a SALÁRIOS ALTOS HORÁRIOS FLEXÍVEIS PROMOÇÃO ANTES DE UM ANO NA EMPRESA MAIS TEMPO LIVRE E FÉRIAS OS JOVENS PROFISSIONAIS QUEREM: Segundo o relatório “Empregos verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos anos”, serão criados até 20 milhões de empregos ligados a energias renováveis e tecnologiasambientalmenteinovadorasaté2030. Dozemilhõesserãocriadosapenasnasindústrias de bioenergia, como nas de produção de etanol.

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