MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 90 } É comprovado que a histór ia de sucesso das agências decorre da formação de bons profissionais oriundos de escolas de propaganda e publicidade. ~ FRANCISCO – Dirigi esta Escola du­ rante 26 anos, e passei grande parte de minha vida trabalhando com pro­ paganda, em grandes agências como Thompson, McCann Erickson e na mi­ nha própria agência, que depois virou FCB. Esse é um mundo apaixonante. JOSÉ RICARDO – Se eu soubesse que era tão bomteria entradonessemercadohámais tempo. FRANCISCO – Nossa ideia nessa entre­ vista é conversar com um homem que tem experiência na seleção e no aper­ feiçoamento de jovens criativos. Você dirá que há funções administrativas também no seu grupo, como diretores de contas e contadores. Mas o Grupo ABC vai continuar crescendo porque oferece aos clientes aquilo que eles não têm: soluções criativas. Esta edição especial da Revista da ESPM tem como tema a empregabilidade. Nesse contexto, o que distingue o seu trabalho de hoje no que se refere à seleção de pessoas daquele que você desempenhou anteriormente em outras empresas? JOSÉ RICARDO – A grande diferença é a participação mais ativa do requisitante da vaga, especificamente na área de criação, onde estamos aprendendo a analisar pastas, blogs e não mais currículos. É um processo totalmente diferente, no qual vimos ten- tando um conhecimento maior entre os criativos para saber quais devem ser os dife- renciais avaliados numa pessoa de criação. A criação é uma área muito peculiar dentro de uma agência de propaganda porque os criativos têm o poder de avaliar a qualidade, a criatividade e o potencial das pessoas que serão selecionadas para criar. Dependemos muito dessa parceira, tanto que o processo de seleção é feito em conjunto com a cria- ção. O RH contribui com as abordagens comportamentais, a consistência, a trajetó- ria da carreira, as referências do mercado e a análise do legado que essa pessoa deixou em outras empresas. Procuramos entender o perfil do profissional e ver se ele é pró- ximo da cultura e dos valores da empresa. FRANCISCO – O aspecto comportamen­ tal é importante na sua decisão? JOSÉ RICARDO – É fundamental. Na área da criação não me sinto suficientemente capaz de avaliar a pasta de trabalho de um criativo e, nesse aspecto, preciso da contribuição de um diretor de arte, de um diretor de criação. O que faço é a avalia- ção comportamental. Nesse ponto temos algumas competências que definimos no Grupo ABC e procuramos priorizar como o senso de urgência, o foco nos resultados, a gestão de processos e, principalmente, a “atitude de dono” – em relação ao senso de pertencimento, de vestir a camisa e ter orgulho de trabalhar em uma de nossas empresas. São comportamentos que pro- curamos identificar no processo de seleção. A área de criação é muito específica e isso, não necessariamente, se aplica a outras áreas da agência. FRANCISCO – Fale dessas outras áreas. JOSÉ RICARDO – RH, financeiro, jurídico, tecnologia da informação, supervisão de contas... Essas áreas são mais tradicionais e semelhantes a qualquer outro segmento E N T R E V I S T A

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