MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 91 } Nossa indústria não é mais pautada só no talento dos criativos. E isso nos obriga a buscar profissionais com outras formações, como economistas e admi­ nistradores de empresas com foco em resultado. ~ J o s é R i c a r d o A m a r o e nisso o RH contribui muito mais. A ex- periência que trazemos de outros setores, e do processo empresarial como um todo, nos dá condições técnicas para entender o conteúdo e o embasamento conceitual dos candidatos. Mídia, atendimento, planeja- mento estratégico de marketing, produção e RTV são áreas que não têm o DNA do profissional da criação, mas sim um pro- cesso mais estruturado, no qual se pode compatibilizar o perfil do candidato com as atividades e responsabilidades que uma função exige. ALEXANDRE – A at iv idade técnica é avaliada pela área contratante ou hoje é até menos importante quando comparada com a comportamental? JOSÉ RICARDO – O fator comportamental é sempre importante e torna-se cada vez mais importante nos níveis superiores. Após determinado nível de “senioridade” de um profissional, ele não tem tanta neces- sidade de se justificar tecnicamente porque o currículo dele fala por si. De um deter- minado nível gerencial para cima, nós nos preocupamos mais em saber a consistência desse profissional no mercado, o quanto ele se mostrou fiel às organizações em que trabalhou, no sentido de construir uma boa imagem, ter um bom ciclo de trabalho e dei- xar um bom legado. Costumamos brincar que “jabuti não sobe em árvore” – se ele já assumiu uma posição de gerente ou diretor, não chegou lá por acaso. Concluimos que, tecnicamente, ele já tem esses requisitos. Pesquisas comprovam que, em 90% dos casos, o índice de insucesso das pessoas é decorrente de atitudes e comportamentos e não de deficiência técnica. É claro que, no caso de um jovem que começa no trabalho e ainda não tem um histórico, temos de validar a qualidade da instituição em que ele se formou, os cursos acadêmicos que fez, os idiomas que fala, onde cursou o ensino médio. A partir daí tentamos construir um cenário de conhecimento técnico que nos permita ter um índice de assertiv idade maior. FRANCISCO – Qual é a importância da língua inglesa nessas áreas? JOSÉ RICARDO – O inglês tem sido prio- ritário e fundamental nos processos de seleção nas nossas agências e também em todo o mercado de trabalho. Hoje existem três tipos de alfabetos: o alfabeto de ler e escrever, o alfabeto de informática e o alfa- beto de idioma. Quem não tem domínio de um segundo idioma, e preferencialmente o inglês, vai ter muita dificuldade. Faço parte da geração X e, na minha época, ter um segundo idioma era um diferencial, hoje é uma condição. O momento de globalização que vivemos, e com o nosso Grupo inaugu- rando mais uma agência em Nova Iorque, estamos abrindo frentes de trabalho em vários países e continentes. A necessidade de termos profissionais capacitados em outros idiomas é cada vez maior. A pessoa que não tem esse domínio encontra uma grande dificuldade em se diferenciar dos

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