MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 92 } A experiência de vida num tempo fora do país é a melhor maneira de se aprender inglês fluentemente. ~ ENTREVISTA demais concorrentes ao posto de trabalho, não só em agências de publicidade, mas no mundo corporativo. FRANCISCO – Mas de modo geral o in­ glês fluente não é tão difundido assim entre os jovens no Brasil. JOSÉ RICARDO – É verdade. Por expe- riência própria, estudei inglês por muito tempo e continuo estudando, mas não me considero fluente em inglês. As pessoas tentam, morando aqui, desenvolver cursos de idiomas, ter um contato com a língua. Essa geração já tem uma nova facilidade gerada pela interativ idade, pelas redes digitais e por tudo que se convive com o idioma inglês. Mas sempre acreditei que, para se ter fluência em inglês, é necessário ter uma experiência de vida no exterior – de no mínimo seis meses – para que possa desenvolver um diálogo, uma conversa com certa fluência. FRANCISCO – É preciso brigar em in­ glês. Essa é a prova dos nove. JOSÉ RICARDO – Aos 23 anos morei numa cidade muito pequena na Inglaterra e lem- bro que foi muito sofrido conviver com isso, sem ter nenhum brasileiro por perto. Esta é a melhor forma de aprender inglês, ou seja, obrigar-se a falar por não ter outra saída. A experiência de vida num tempo fora do país é a melhor maneira de se aprender inglês fluentemente. ALEXANDRE – Para você, qual é a me­ lhor formação para um criativo? JOSÉ RICARDO – A criação é um dom, uma característica que as pessoas potencia- lizam ou não. Essa potencialidade deve ser alavancada por cursos que proporcionem à pessoa oportunidades de exercitar sua criatividade e pensar em soluções criati- vas. Sinceramente, não temos uma análise mais profunda para falar que o curso de propaganda e publicidade, a faculdade de ciências sociais ou uma escola de artes es- pecífica seja mais efetiva do que outra para potencializar esse dom criativo. FRANCISCO – Mas qual é a formação da maioria dos jovens criativos que você conhece? JOSÉ RICARDO – Publicidade e propa- ganda. É comprovado que a história de sucesso das agências decorre da formação de bons profissionais oriundos de escolas de propaganda e publicidade. Estamos agora tentando diversificar essa formação, não especificamente para o criativo, mas para o pessoal de planejamento estratégico, atendimento e mídia. Buscamos essa diversi- ficação principalmente nos cursos de admi- nistração de empresas, que têm uma maior visão sistêmica e holística. Analisando o mercado há alguns anos, hoje considero que estamos num momento divisor de águas, com a transformação de uma indústria que vivia exclusivamente do sucesso da criação e do brilhantismo de seus criativos para um segmento que complementa sua atuação com uma gestão empresarial e uma visão de negócios oriundas de outras escolas. Recentemente, assinamos um convênio com a Insper para pegar pessoas formadas em publicidade e propaganda e submetê-las a cursos de especialização, de educação exe- cutiva nos módulos de gestão de processos,

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