MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 93 } Não sou favorável a engessar o criativo com regras, doutrinas e processos burocráticos, mas sou a favor do seu desenvolvimento. ~ visão de negócio, cultura organizacional e gestão de pessoas. Nossa indústria não é mais pautada só no talento dos criativos. E isso nos obriga a buscar profissionais com outras formações, como economistas e administradores de empresas com foco em resultado. É preciso conhecer as áreas jurídica, de recursos humanos, tecnologia da informação e, principalmente, finanças, para desenvolver uma campanha lucrativa e saber o impacto financeiro que isso traz para um negócio. FRANCISCO – O criativo não deveria ter certa liberdade mental para poten­ cializar tudo que tem dentro de si, em vez de ser submetido a regras de ação, comportamento e trabalho? JOSÉ RICARDO – Essa é uma g rande questão. É um dilema com o qual nos de- frontamos. Sou um grande defensor de que isso não é conflitante. Não sou favorável a engessar o criativo com regras, doutrinas e processos burocráticos, mas sou a favor do seu desenvolvimento. Visão de negócios, foco e resultado, processos e métodos são elementos que não inviabilizam e não di- minuem a criatividade de ninguém. As duas coisas unidas compõem um conjunto de características e personalidade fantásticas para o trabalho. O criativo passa a entender o quanto é importante ter lucratividade e rentabilidade em um projeto. Defendo a tese de que possamos contribuir com méto- dos, parâmetros, ferramentas e indicadores de desempenho para o criativo, sem, é claro, diminuir a sua criatividade. São espaços distintos, são como órgãos, diferentes entre si como o coração e a cabeça, o pulmão e o fígado. Um não substitui o outro, porém eles se complementam. FRANCISCO – Todos sabemos como a cultura interna de uma agência é importante para estimular ou não a criatividade – a ênfase nos resultados e na motivação. Vocês reconhecem no Grupo ABC a necessidade de uma cultura que estimule a criatividade? JOSÉ RICARDO – Acreditamos na cultura de estímulo à criatividade e à gestão de negócios. Essas duas vertentes têm trazido para o grupo um resultado fantástico. Tivemos um cresci- mento de 61% no ano passado. FRANCISCO – A propaganda como um todo cresceu 18%, ou seja, o Grupo ABC cresceu quatro vezes mais. JOSÉ RICARDO – Exato. Essa cultura for- mada esticou o estímulo dos criativos, ao passar metodologia, ferramenta e disciplina de gestão empresarial a todos os talentos presentes no Grupo ABC. Esse casamento tem sido um dos grandes fatores de sucesso para o crescimento do Grupo, que não se posta apenas como um grupo de propagan- da e publicidade, mas como um negócio de soluções de comunicação... FRANCISCO – Vocês se definem como um grupo de propaganda, conteúdo, eventos e promoções? JOSÉ RICARDO – Exatamente. No Grupo ABC, o “A” é de Advertising , que é a publi- J o s é R i c a r d o A m a r o

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx