MAI-JUN-2011
R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 94 } Hoje, os jovens trocam de emprego por R$ 200, R$ 300 a mais, pela ilusão de ganhar um prêmio, pelo glamour de ser cobiçado por ou tras empresas. ~ ENTREVISTA cidade pura envolvendo a mídia. O “B” é de Branding Service , que representa toda a parte do marketing promocional e de rela- cionamento. E o “C” é de Content , de con- teúdo, área que, recentemente, promoveu uma fusão entre algumas agências do gru- po, focadas em entretenimento, com pilares de cultura, moda, esporte, conhecimento e relacionamento. Hoje trabalhamos com so- luções de comunicação que vão muito além dos canais tradicionais de publicidade. Há duas semanas a Advertising Age publicou um novo ranking mundial das empresas de comunicação e nós subimos uma posição nesse levantamento, passando de 20 o para 19 o lugar. Somos o 19 o grupo de comunica- ção do mundo, sendo o maior da América Latina. É uma conquista, pois representa não só o desempenho da publicidade, mas de projetos de comunicação e outros servi- ços de marketing especializado. Você pro- ver essa uniformidade de gestão em todas as agências do Grupo, é um grande desafio. ALEXANDRE – Pensando nesse panora ma tão amplo de atuação refletindo na formação que o universitário recebe, daria para achar um denominador comum sobre o que a formação des ses jovens traz de bom e quais são os problemas e limitações que eles têm hoje ao sair da faculdade? JOSÉ RICARDO – Tecnicamente, é difícil de avaliar, até pela natureza do trabalho. Eles têm nas veias a criatividade, o emba- samento conceitual. São bem preparados academicamente, principalmente nas gran- des instituições de ensino. O que temos discutido, até aqui na ESPM, é a distância, o hiato que há nas atitudes e comporta- mentos. Construímos um grupo de trabalho escola-empresa, no qual tentamos passar para o corpo docente da ESPM as divergên- cias que encontramos nesses jovens recém-formados em relação às suas expectativas de carreira e à ansiedade muito associada à geração Y. Discutimos muito como pas- sar uma mensagem de mais profundidade para esses jovens para que seu timing de expectativa seja mais coerente com a ida- de cronológica e o tempo de maturidade. Não existe a ideia de se ter uma promoção relâmpago, de pessoas assumindo cargos gerenciais e de diretoria em curtíssimo prazo, porque essa é uma precipitação que pode prejudicar a carreira do profissional e pôr em risco a sustentabilidade da empresa. Procuramos reduzir essa expectativa, essa atitude comportamental dos jovens que chegam às agências ansiosos por ganhar prêmios, ser promovidos, assumir novos desafios, gerenciar equipe... Sabemos que isso só é possível depois de muitos quilôme- tros rodados e muita bagagem acumulada. Temos de celebrar o momento maravilhoso de oferta de trabalho e oportunidades que o Brasil está vivendo. Por outro lado, com tanta oferta, os profissionais já não se sen- tem tão engajados e comprometidos com as organizações. E, às vezes, isso faz com que eles não desenvolvam aquela lealdade e estabilidade para construir uma história dentro da organização. Lutamos muito contra isso e fico triste quando vejo que os
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