MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 98 } É preciso conhecer as áreas jurídica, de recursos humanos, tecnologia da informação e, principal­ mente, f inanças para desenvolver uma campanha lucrativa e saber o impacto f inanceiro que isso traz para um negócio. ~ ENTREVISTA ALEXANDRE – Conversamos com al­ guns recrutadores que relataram ex­ periências felizes de pessoas oriundas de uma classe social menos favoreci­ da, que têm mais garra, mais vontade de permanecer na empresa e construir uma carreira. Você verifica esse tipo de comportamento no Grupo ABC? JOSÉ RICARDO – Não necessariamente. Creio que isso é resultante da formação familiar, da personalidade de cada um. FRANCISCO – O fator classe não é tão importante? JOSÉ RICARDO – O fator classe é impor- tante. Mas isso está mais ligado aos valores familiares que as pessoas carregam. Se a família passa valores pautados em desen- volvimento de carreira, esforço e projeto de vida, os jovens – mesmo nas classes A e B − não se acomodam. Nesse contexto, particularmente, sou mais favorável ao recrutamento de estag iá r ios, porque o Programa de Trainee gera certo glamour antecipado para um jovem que ainda não está preparado para lidar com isso. FRANCISCO – Estimula aquela propen­ são que ele já tem de subir alto demais. JOSÉ RICARDO – Exatamente. Vi isso não só nas agências de publicidade, mas em outras indústrias onde trabalhei. O esta- giário, sim – brincamos com a expressão –, “come grama”, realmente chega querendo mostrar para a organização que ele pode ser efetivado, que tem muito a contribuir. O trainee já entra perguntando quando será o intercâmbio no exterior, quando vai assumir a diretoria, quando vai fazer seu job rotation (rodízio de funções). De maneira geral, se colhem muito mais resultados com estagiários do que com trainees . ALEXANDRE – Falamos muito do criati­ vo, até pelo DNA da Escola, mas quais os tipos de complementação e treinamen­ tos mais específicos que são necessários para os jovens ao longo da carreira? JOSÉ RICARDO – Sou muito favorável a cursos de aperfeiçoamento customizados. FRANCISCO – Isto é: organizados pela própria empresa. JOSÉ RI CARDO – Exato. São c u r sos focados nas principais necessidades da empresa: conceito de gestão de processos; planejamento financeiro; visão estratégica; conhecimento das competências de lideran- ça; gestão de pessoas; ou ainda sustentabi- lidade de negócios. É algo mais tailor made (feito sob medida), baseado nos interesses da empresa. Agora, se esse criativo quer ser realmente um faixa preta no que faz, precisa buscar um curso de especialização na sua área, sem perder o interesse por outras matérias complementares que farão com que ele se sinta parte integrante da organização. Tudo que for complementar para que ele entenda a relação causa e efeito, e a contribuição das outras áreas de uma empresa, é sadio e importante. Temos

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