MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 99 } Estamos num momento divisor de águas, com a transformação de uma indústria que vivia exclusi­ vamente do sucesso da criação e do brilhantismo de seus criativos. ~ um modelo de avaliação de desempenho onde proporcionamos à pessoa avaliada discutir com seu superior imediato qual é a sua necessidade de desenvolvimento, seu plano de ação para melhorar algumas competências com cursos – presenciais, de idioma, técnico – e também por meio de ações on the job , que são mais efetivas do que os próprios treinamentos presenciais. Nesse tipo de iniciativa, o gestor dá opor- tunidade de a pessoa ser responsável por um projeto, participar de uma reunião com o cliente, assumir um desafio novo dentro da agência. Temos tido bons resultados com a aplicação dessas ações on the job , que re- presentam um complemento de vivência na prática, com um embasamento conceitual, seja ele específico, ou genérico. ALEXANDRE – No papel de formador e gestor de pessoas, como você acha que escolas e famílias deveriam trabalhar essa responsabilidade compartilhada por 21 anos de formar um cidadão preparado para desempenhar o seu papel no mundo? JOSÉ RICARDO – O jovem que está den- tro do período universitário já tem sua base familiar formada. Os pais sempre são referências e exemplos de vida para os filhos, mas o caráter, a personalidade, a ética já têm o berço constituído pela fa- mília. A universidade pode complementar e aperfeiçoar algumas visões com relação à ética no trabalho, a condutas dentro do ambiente organizacional e ressaltar isso como fator primordial para o sucesso. Certa vez, uma pessoa me perguntou se a ética era uma característica fundamental em nosso processo de seleção. Respondi que ética não deve ser avaliada só no mercado publicitário. Ética é um valor, é uma carac- terística que o profissional precisa carregar consigo, independentemente de onde ele trabalhe. Se ele é um empreendedor, um funcionário, se trabalha em empresa pri- vada ou pública, a ética deve fazer parte do indivíduo como condição sine qua non para ele ter sucesso, credibilidade, legitimidade e construir sua história sem deixar man- chas na trajetória. A família tem a missão de formar esse jovem, que também será inf luenciado pela comunidade na qua l passou sua adolescência. Durante 17 anos trabalhei em auditorias e fui responsável por programas de desenvolvimento de có- digos de ética em empresas multinacionais. Ética é uma qualidade que valorizo muito, até mais do que a capacitação técnica das pessoas. A confiança, a credibilidade, a ética, o compromisso e o engajamento, são valores e comportamentos que fazem um profissional de sucesso. Técnicas, concei- tos e métodos se aprendem no decorrer da vida, mas o período da adolescência até a formação desse jovem tem tudo para defi- nir o sucesso dele na vida e na profissão. FRANCISCO – Muito obrigado, José Ricardo, foi uma excelente entrevista. JOSÉ RICARDO – Foi um prazer. Espero não ter deixado nenhuma pergunta sem resposta e ter contribuído para o conteúdo da Revista da ESPM . ES PM J o s é R i c a r d o A m a r o

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