Revista da ESPM MAR-ABR_2007
127 MARÇO / ABRIL DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M UM TRUÍSMO MUITO PRESENTE HOJE É A CONSTATAÇÃO DE QUE A BELEZA VEICULADA PELA MÍDIA NÃO É NEM NATURAL, NEM ALCANÇÁVEL. realização profissional e pessoal, a segurança etc.). Destamaneira, a exis- tência física é que condicionaria as demais formas de existência (moral, profissional, espiritual...). E o que é mais curioso: cada vez mais, ser belo efetivamente parece importar menos do que parecer belo. Além disso, como se trata de uma sociedade de consumo, em que o valor da posse (ter) é a medida principal para o valor da existência (ser), ter um corpo belo passa a ser uma exigência imperativa desta realização social. Se isto é uma verdade para a so- ciedade metropolitana em geral, a questão da beleza física assume proporções bem mais acentuadas com relação ao universo feminino, já que este, pelas próprias con- venções sociais vigentes na atuali- dade, é o público mais suscetível a essas pressões. Um truísmo muito presente hoje é a constatação de que a beleza veiculada pela mídia não é nem natural, nem alcançável. Mulheres sempre magras, silhuetas e rostos tão precisamente simétricos como que traçados pelas hábeis mãos do mais talentoso artista plástico, expressando uma elegân- cia próxima à perfeição platônica. Além disso, esta imagem de beleza “artificial” – porque construída por técnicas estéticas e cosméticas, sem mencionar as alimentares (de salubridade duvidosa) – está quase sempre associada a ideais de quali- dade de vida, bem-estar, sucesso e, por fim, à felicidade última. Tudo NAS GRANDES METRÓPOLES, PODE- SE ASSEVERAR QUE A ANGÚSTIA PROVENIENTE DO CONFLITO ENTRE A IMAGEM IDEAL DE CORPO, CONS- TRUÍDA POR PADRÕES SOCIAIS E REFORÇADA PELA MÍDIA, ESTÁ SE TORNANDO UM DOS GRANDES PROBLEMAS QUE AFLIGE A MULHER MODERNA.
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