Revista da ESPM MAR-ABR_2007

Francisco Gracioso e Luiz Celso de Piratininga 13 MARÇO / ABRIL DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M não tem esse tipo de contato, às vezes não tem uma noção clara do que acontece na Escola, no seu dia-a-dia, está um pouco distante. Ele confere prestígio à Escola, mas – por outro lado – também dela aufere prestígio. ARMANDO – Nesses dois anos de transição, o que mais o surpreendeu? PIRATININGA – O que mais me surpreendeu foi que – se comparar- mos a ESPM com a USP – seria como comparar vinho com água. Isso aqui é uma empresa privada, em que os assuntos fluem rapida- mente, com soluções rápidas, a burocracia inexiste. Do outro lado, temos a belíssima USP, mas que tem um comportamento lento, até pelo seu tamanho. Surpreendeu-me a agilidade de uma empresa privada, aplicada a uma Escola – e com um componente de verdade, sinceri- dade, naquilo que é dito, naquilo que é aprovado ou negado, sem que a política atue, ou predomine, dentro do processo. GRACIOSO – Acho que reside aí uma das razões do nosso sucesso. A capacidade que temos, de tomar e implementar decisões rápidas, reduzindo o risco. De nada adi- antaria tomar decisões rápidas, se errássemos, na maioria das vezes... De algum modo conseguimos conciliar as duas coisas – e tomara que a Escola, no futuro, conserve a capacidade de unir esses dois elementos. JR – Como você vê o presente e o futuro da Escola? GRACIOSO – A Escola ainda não é a instituição perfeita com a qual sonhamos. De fato, gostaria de que ela tivesse uma imagem ainda mais vibrante, com padrões de quali- dade ainda melhores. Mas, dentro da realidade brasileira, creio que chegamos a um patamar esplên- dido. Prestamos um bom serviço à sociedade, formando jovens de uma maneira holística – caráter, personalidade e conhecimento téc- nico. Uma das coisas que mais me encanta é ver a transformação que ocorre na personalidade, no com- portamento dos jovens, do primeiro dia ao último, ao longo de qua- tro anos. Falo principalmente dos cursos de graduação. Eles chegam quase totalmente verdes – crianças assustadas, que não encontraram o rumo, estão cheios de dúvidas – e pouco a pouco vão amadurecendo; e, quando chega o momento doTCC – Trabalho de Conclusão de Curso –, vejo aqueles grupos de 3 a 4 alu- nos fazendo apresentações de nível profissional, esplêndidos, maduros, conscientes – e percebo que a ESPM está cumprindo seu papel. Quanto ao futuro – não só pelo Piratininga, mas pela equipe que ele vai dirigir – não tenho dúvida: continuará a ser cada vez mais brilhante. Não é demagogia. Com toda a honesti- dade, sei que vamos ter um novo ciclo de sucesso e vitórias. ARMANDO – Como foi, depois de 37 anos, se separar da sua agência, a ADAG? PIRATININGA – Fácil. Já estava encaminhado e meu filho mostrou talento para esse tipo de trabalho e vai bem. Na verdade, ou eu teria vendido a ADAG para uma multinacional - e isso implicaria em regras e condições que eu teria de cumprir por um deter- minado número de anos -, ou estaria “DESCOBRIRAM QUE NÃO HAVIA NENHUM SOCIÓLOGO ENTRE OS PROFESSORES E FUI CONVIDADO – PELO ROBERTO DUAILIBI – PARA DAR AULA DE SOCIOLOGIA.” ESPM - RIO DE JANEIRO ESPM - RIO GRANDE DO SUL Fotos: arquivo

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