Revista da ESPM MAR-ABR_2007

133 MARÇO / ABRIL DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M (Sant’anna 2005:122); o corpo é a condição e a principal marca da presença do indivíduo nomundo. Esta asserção pode nos levar a refletir sobre as formas emque se dá esta presença e essa singularidade. A historicidade do corpo está repleta da historicidade do próprio indivíduo. O corpo humano assume, desta maneira, um caráter menos biológico e mais social e, diria, até mesmo existencial. Uma das questões mais evidentes que podem surgir destas considerações é aquela que diz respeito à maneira como se dá essa relação entre o que o indivíduo e o coletivo, por meio da comparação entre o que ele pensa, acredita e percebe sobre o seu pró- prio corpo e o que o grupo social, no qual ele está inserido, pensa, acredita e percebe. Emqualquer época e sociedade, conceitos e padrões de beleza do corpo são freqüentemente estabelecidos. Herdeiros da tradição grega, para nossa cultura, a beleza do corpo passa a ser uma manifestação da própria beleza e equilíbrio do ser como um todo: a beleza expressaria saúde, enquanto que a feiúra, doença, ou, no mínimo, desequilíbrio. E essas idéias estão muito fortemente fixadas no imaginário social 3 . Por outro lado, relacionados à pulsão sexual, esses padrões de beleza são as- sociados adeterminadas possibilidades de satisfação dessas mesmas pulsões, o que, em última instância, remete à própria satisfação pessoal. E isso adquire força e importância maiores numa sociedade emque, como a con- temporânea, a construção da imagem tem um papel central na definição da identidade do indivíduo. Constatando que a imagem do belo criada e veiculada por meio da mídia não corresponde, de fato, àquela presente no cotidiano das pessoas (e ainda mais, a que desejariam ver retratadas), o estudo encarregado por HERDEIROSDATRADIÇÃOGREGA, PARANOS- SACULTURA,ABELEZADOCORPOPASSAASER UMA MANIFESTAÇÃO DA PRÓPRIA BELEZA E EQUILÍBRIO DO SER COMO UMTODO. Dove, consolida a comprovação em- pírica para esta hipótese, o que pode levar a estratégias publicitárias mais ousadas e atrativas. Desta maneira, ao investigar a relação real e concreta da mulher com sua própria beleza e os ideais de beleza que possuem, in- vestigou itens bem concretos e impor- tantes, tais como: a sua relação com sua própria beleza, sua auto-avaliação da beleza e aparência física, seu grau de satisfação pessoal com a sua be- leza, sua aparência física e sua vida em geral, suas percepções de como a beleza é tratada na cultura popular; sua visão do que faz as mulheres se sentirem bonitas, suas visões sobre beleza, atratividade física e o papel do SATISFAÇÃO PESSOAL COM A SUA BELEZA, SUA APARÊNCIA FÍSICA E SUA VIDA EM GERAL, SUAS PER- CEPÇÕES DE COMOA BELEZA É, É O QUE FAZASMULHERES SE SENTIREM BONITAS.

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