Revista da ESPM MAR-ABR_2007
Marcelo Coutinho Brasil comoemoutrospaíses (Wellman, 2005; Digital Future Project , 2007) de que, apesar da sua “virtualidade”, estes espaços estão se tornando importantes fontes de relacionamento para uma parcela crescente da população, prin- cipalmente entre os mais jovens. Em muitos casos, estas comunidades nada têmde “virtuais”, pelo contrário: muitos relacionamentos iniciadosnestesgrupos acabamatémesmosetransformandoem relaçõesmais sérias e formais como, por exemplo, casamentos. COMUNIDADES ON-LINE Para uma análise quantitativa do fenô- meno das comunidades on-line, vamos nos valer dos dados do IBOPE/NetRa- tings,joint-ventureentreogrupoIBOPEe aNielsen/NetRatings,empresaqueregis- traocomportamentodaaudiênciadain- ternet em10 diferentes países, incluindo o Brasil. Segundo esta classificação, os chamados sites de comunidades en- globam os blogs, fotoblogs, videoblogs, esitesderelacionamento,comooOrkut, e o comprado por Rupert Murdoch, em 2005, por 580milhões de dólares. A popularização deste tipo de site é crescente e faz sucesso não somente no Brasil, mas também em outros países. Nos EUA, por exemplo, mais de 100 milhõesdepessoasvisitammensalmente sitesdestacategoria,oequivalentea63% do total de internautas daquele país. Na França são17,1milhões (70,1%do total de internautas) enaEspanha7,1milhões (56%dos internautas domiciliares). No caso brasileiro, os sites de comuni- dades respondiam, no final de 2006, por 14,8% do share total de uso da rede, superandocategoriascomoe-mail (4,4%), notícias (1,7%) ebancos (1,6%). Omais populardeleséoOrkut,conforme atestamos dados de audiência domiciliar do IBOPE/NetRatings. Em janeiro deste ano ele foi visitado por 9,3milhões de in- divíduos,umaumentodemaisde40vezes dos212mil registrados emmaiode2004, quando iniciou suas operações. O tempo deusonodomicíliotambémérecorde:em média4hs06min(janeirode2007),super- andoosmaistradicionaisportaisdainternet brasileira. Segundo dados daGoogle Inc., empresaresponsávelpelosite,osbrasileiros respondempor55%dototaldeusuáriosdo site (cercade35milhões depessoas). Além do Orkut, diversos sites com caráter comunitário explodiram na internet, como o YouTube.com, que permite a divulgação de vídeos feitos (oucopiados) pelosusuários.Apesar das inúmeras questões relativas ao direito autoral e similares, não se pode negar que este tipo de site é um sucesso de audiência:segundooIBOPE/NetRatings, são mais de 4,1 milhões de indivíduos visitando oYouTubemensalmente (con- siderandoapenasoacessoderesidências em janeiro de 2007). Eram 56 mil em dezembro de 2005. Paradefinir todos estes sites, denatureza diversa emtermos de conteúdo, capaci- dade técnica e navegação, utilizamos o termo “comunidades on-line”. Ele engloba uma vasta rede de interações via computadores (e em breve aparatos móveis digitais, como os telefones celu- lares), que pode compreender trocas de mensagensdetextos“dinâmicas”(chats), estáticas (“murais” como os tópicos do Orkut, uma evolução das antigas BBS), arquivos de áudio e vídeo até exposição de redes sociais (Orkut, MySpace etc.) e ambientes virtuais (Second Life, World of Warcraft). Pertencem ao campo daquilo que a sociolo- gia denomina “Cybercultura”. No próximo tópico vamos examinar Imagens: divulgação Foto: divulgação NO CASO BRASILEIRO, OS SITES DE COMUNIDADES RESPONDIAM, NO FINAL DE 2006, POR 14,8% DO SHARE TOTAL DE USO DA REDE, SUPERANDO CATEGORIAS COMO E- MAIL (4,4%), NOTÍCIAS (1,7%) E BANCOS (1,6%). O MAIS POPULAR DELES É O ORKUT. O ORKUT E O COMPRADO POR RUPERT MURDOCH, EM 2005, POR 580 MILHÕES DE DÓLARES. 33 MARÇO / ABRIL DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M
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