Revista da ESPM MAR-ABR_2007

Francisco Gracioso 41 MARÇO / ABRIL DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M acontecia. Tinha-se a impressão de que os concorrentes armavam uma jogada e esperavam que o adversário respondesse, antes de continuá-la. Hoje as coisas acontecem, prati- camente, da noite para o dia. De- cisões importantes que envolvem milhões de reais devem ser toma- das no calor da batalha, antes que o concorrente avance demais. Tor- nou-se essencial cultivar a arte de identificar problemas ou oportuni- dades antes que os outros o façam. De uma forma ou de outra, ao menos nos mercados e segmentos de bens e serviços para o consumi- dor, isto acaba desembocando no varejo, considerando como tal centenas de milhares de lojas de rua, supermercados, shopping centers, centros comerciais a céu aberto (como a Rua 25 de Março em São Paulo), concessionárias de veículos, bancos e financeiras de varejo, prestadores de serviços etc. No fundo, tudo é varejo e esse colossal sistema de distribuição faturou mais de R$ 500 bilhões em 2006 (vide quadro 1). NO FUNDO, TUDO É VAREJO E ESSE COLOSSAL SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FATUROU MAIS DE R$ 500 bilhões em 2006 Foto: Júnior de Oliveira MILHARES DE LOJAS DE RUA, SUPERMERCADOS, SHOPPING CENTERS, CENTROS COMERCIAIS A CÉU ABERTO (COMO A RUA 25 DE MARÇO EM SÃO PAULO). QUADRO 1 – A FORÇA DO VAREJO Nosso varejo é tão diversificado quanto os próprios brasileiros. Há de tudo para todos, ricos e pobres. Mas os números abaixo encerram algumas surpresas. Por exemplo, se considerarmos como varejo a venda de serviços (tarifas dos grandes bancos), veremos que eles faturam mais do que os shopping centers. Outra surpresa é o valor das vendas do grande centro comercial da Rua 25 de Março (em São Paulo) que corresponde a quatro vezes mais do que as vendas pelo e-commerce. Por último, note-se também que o maior centro de varejo do Brasil não são os supermercados, mas sim as concessionárias de veículos. Para os jovens que procuram se aperfeiçoar no marketing, meu conselho é este: aprendam com essa gente. FATURAMENTO EM R$ BILHÕES EM 2006 • Rua 25 de Março (Centro de lojas) 16 • Call Centers (telemarketing) 4 • E-commerce (exclui setor automotivo) 4,4 • Supermercados 112 • Shopping centers 44 • Casas Bahia 11 • Cosméticos (grupos fechados) 17,2 • Concessionária de veículos – automóveis, caminhões, ônibus e motos, novos e seminovos (não inclui peças e serviços) 108 • Grandes bancos de varejo – tarifa de serviços 47,5 Enquanto tudo isso acontece no Planeta Varejo, mil vendedoras sofisticadas vendem grifes famosas na Rua Oscar Freire e 100 mil camelôs vendem CDs piratas, canivetes de Hong Kong, roupas do Paquistão, relógios da China e bugigangas da Tailândia nas ruas de São Paulo. Não é um Planeta maravilhoso?

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