Revista da ESPM MAR-ABR_2007

72 R E V I S T A D A E S P M – MARÇO / ABRIL DE 2007 Da primeira década analisada até os anos 2000 cresceu de 17% para 46% a referência a princípios ativos nos anúncios desta categoria de negócios. INGREDIENTES NATURAIS Este satélite passoude uma posiçãode figurante nas primeiras décadas, para coadjuvante em seguida e chega a ser protagonista muitas vezes. Em produtos de higiene pessoal, 30% dos anúncios das últimas duas décadas ofere- cem às consumidoras esse Planeta como um benefício diferencial. Além desses ainda podemos afirmar que, mensagens relacionadas à rapidez de resultados, rejuvenescimento, bem estar/equilíbrio e presença de vitaminas também são satélites em ascensão. Por sua vez, a categoria de alimentação tem no centro do Planeta duas dimen- sões fundamentais: sabor e qualidade. É quaseimpossívelimaginarmosumanún- ciodealimento,nessasquase5décadas, quenãorecorraasaborequalidadepara apresentar um produto. ENTRE OS SATÉLITES EM ASCENSÃO, DESTACAM-SE: SAUDABILIDADE É quase um discurso obrigatório esbarrar, de alguma forma, em temáticas ligadas à saúde ao apresentar um alimento. Hoje, mais da metade dos anúncios de alimentos tratam desse tema. BOA ANFITRIÃ Jantares, visitas, pratos elaborados. Ser uma boa anfitriã era sinal de ser uma boa esposa e uma mulher mais completa. A propaganda valorizava e reforçava esse papel feminino, mesmo que isso custasse horas na cozinha. Hoje, são quase inexistentes mensagens relacionadas a ser uma boa anfitriã. Esse papel, ao longo da história, acabou tendo um espaço bastante reduzido. D) QUATRO MENSAGENS FINAIS Muitas vezes nós olhamos direta- mente para o futuro, em busca de DIET/LIGHT Falar em um alimento diet ou light era quase impensável nos anos 60. Hoje, na nossa di- tadura da beleza aliada à pressão salutar, as mensagens de diet e light representam 16% das mensagens (contra 1% nos anos 70). Por outro lado, em alimentação foi o palco onde vimos mais satélites em queda ao longodesses 45 anos.Muitas mensagens, que eram extremamente pertinentes na década de 60, perderam a razão de ser nos anos 2000. Alguns dos satélites em queda são: Jörg Steffens/zefa/Corbis/LatinStock Marcas de mulher FARTURA Antes o que se valorizava era a indulgên- cia pura, o prazer de comer. Nessa época abusava-se do tamanho dos pratos e das porções apresentadas nos anúncios. Com o passar dos tempos, as porções mostradas nos anúncios ficam cada vez menores. Pratos enormes ficam “fora de moda”, e o minimalismo na alimentação ganha força. RENDIMENTO Na década de 60 a dona-de-casa preparava as refeições e contava com a presença de toda a família reunida nomomento sagrado do jantar. O prato precisava render e servir bem toda a família. O rendimento era um atributo muito valorizado. Hoje, falar em rendimento nem sempre significa agregar valor a um produto. Muitas vezes, hoje, busca-se o contrário: porções menores, individuais, cada um co- mendo o que quer, na hora que for possível.