Revista da ESPM MAR-ABR_2007

Do rebanho ao estilo qual governomanteriacomoprioridade real a saúde dos cidadãos e abririamão dos impostos geradospor esta indústria? Podemos evocar aqui outro filme, mais rescente e menos conhecido que o de Chaplin: A firma. A segunda dimensão diz respeito a uma modulação daquilo que se busca no ato de consumir. Quando se busca umbemdeusooua realizaçãodeuma fantasia, podemos considerar estes fins como atingíveis e realizáveis. Digamos que eu me projete dez anos adiante e imagine que eu desejo ter comprado uma casa, um carro, ter viajado a de- terminados lugares etc. Bem, mesmo que as coisas nunca correspondam exatamente ao que eu esperava, estas metas podemser atingidas e constarem como meu repertório de realizações ou patrimônio. Quando, no entanto, a finalidade do ato de consumir é obter prazer, já não é possível adquirir uma situação de satisfação duradoura. O prazer é uma sensação, assim, ele é transitório e precisa ser continuamente renovado com novas e mais intensas experiências.Aqui, nada é acumulado; estamos sempre “zerados” embuscade novos prazeres.Aquantidadedeprazer edorquesepodeextrairdecadaexperi- ência passou a ser umcritério primário de valor. Para evocar outrofilme, pense no clássico recente, Trainspotting. Assim, o investimento na valorização da busca pelo prazer joga fortemente a favor da existência de umconsumidor sempre pronto e ávido a novas experi- ências e possibilidades. 3. CONSUMO COMO PROCEDIMENTO DE PRODUÇÃO DE DIFERENÇA DE CLASSES E SINGULARIZAÇÃO Outra tese importante sobre o con- sumo é derivada de um modelo clássico do pensamento francês do século XX: o estruturalismo. Jean Baudrillard ( A sociedade de con- sumo ) afirma a tese de que o consumo seria ummodo moderno de lidar com a necessidade anterior que os homens teriamdemarcar uma diferença social. Numa sociedade tradicional, o lugar de cada pessoa era determinado por sua origem e pela tradição; no mundo moderno, cada pessoa deve construir seu lugar, que não foi predestinado. QUANDO, NO ENTANTO, A FINALIDADE DOATODE CONSUMIR É OBTER PRAZER, JÁNÃOÉ POSSÍVELADQUIRIRUMASITUA- ÇÃO DE SATISFAÇÃO DURADOURA. O PRAZER É UMA SENSAÇÃO, ASSIM, ELE É TRANSITÓRIO E PRECISA SER CONTINUA- MENTE RENOVADO COM NOVAS E MAIS INTENSAS EXPERIÊNCIAS. JEAN BAUDRILLARD ( A SOCIEDADE DE CONSUMO ) AFIRMA A TESE DE QUE O CONSUMO SERIA UM MODO MO- DERNO DE LIDAR COM A NECESSIDADE ANTERIOR QUE OS HOMENS TERIAM DE MARCAR UMA DIFERENÇA SOCIAL. ISTO FOI EXPRESSO DE FOMA CLARA EM ALGUNS FILMES SOBRE O ADO- LESCENTE E SUA POR BUSCA POR PER- TENCER A DETERMINADOS GRUPOS, COMO JUVENTUDE TRANSVIADA . Foto: 1955 - Juventude transviada - James Dean.

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