Revista da ESPM_MAR-ABR_2012
R e v i s t a d a E S P M – m a r ç o / a b r i l d e 2 0 1 2 100 } Estamos cami nhando para a so l ução e, ass im, evi tar essa polêmica de olhar o Estado como uma i nter venção necessár i a em a lguns momentos ~ } Es s a c r i s e n ão é uma mu- d a n ç a i n s t i t u c i o n a l e s i m uma re ade qu ação à s nova s mot i vaçõe s do me rcado ~ ação de mercado, na qual a China elevou os preços e a demanda por commodities. Aproveitamos esse espaço porque somos muito com- petitivos. Mas não temos estratégia de inserção com investimentos em logística, estradas ou portos. MARCONINI – No Brasil, não con- seguimos ter uma estratégia que seja de competitividade. Só vemos remendos, esparadrapo e gaze. É o caso do chamado “Programa Brasil Maior”, que é uma colcha de retalhos, em 90% defensivo e 10% propositivo, mas por meio de projetos que já faziam parte do conjunto de medidas do BNDES e outras instituições. Isso é terrível, porque deveríamos estar tratando de questões não só defensivas, mas ofensivas – tanto na promoção da produção e exportação quanto na agenda de reformas. E não é neces- sário se ater às grandes reformas, que são em grande medida impossí- veis do ponto de vista político, mas “mini reformas” que estimulem a produtividade e a competitividade. Esperávamos que a presidente fosse uma grande gestora e uma política não tão boa. No entanto, ela se encontra dando mais respostas a situações políticas do que propria- mente dedicando-se aos temas da gestão pragmática de seu governo. Isso é preocupante, porque estamos perdendo tempo – mais uma vez. OCTAVIO – Permito-me desafinar um pouco em relação a esse ponto. Parece-me que o governo atual tem mais sentido de agenda e de urgên- cia do que o governo precedente, até porque a realidade está se impondo e nos obrigando a nos mexer em outras direções. MARCONINI – Menos ideológica. OCTAVIO – Mais técnica. Vejo um po- tencial reformista maior a despeito das dificuldades políticas. Nunca acreditei em revoluções reformistas. Reforma é sempre algo incremental e cumulativo. São mudanças silen- ciosas. O Brasil é o maior produtor de commodities do mundo. Temos 16 commodities, ocupamos do primeiro a sexto lugar no ranking mundial dessas commodities. Fato é que nenhum país tem a nossa con- dição estratégica, como produtor de
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