Revista da ESPM_MAR-ABR_2012

estabilizadas ou recuavam, fazendo comque as empresas tivessem de esquecer seus planos de crescimento, gerando o desemprego estrutural. Na atualidade, boa parte dos colaboradores internos das empresas é composta por talen- tos baby boomers , da geração X e da Y – estes últimos filhos da X, que nasceram num con- texto ainda mais diverso. A geração Y é caracterizada por indivíduos que cresceram mergulhados em tecnologia e que, muitas vezes, não possuem senso de hierarquia. Não raro eles têm visão de curto prazo em decorrência da facilidade de acesso às informações e fazem várias atividades ao mesmo tempo. A globalização acelerou o processo de ex- pansão das empresas, ocorrendo, assim, a necessidade de aumento também de mão de obra mais qualificada. Como observou Peter Dicken, no livro Mudança Global: Mapeando as Novas Fronteiras da Economia Mundial (Bookman, 2001), houve a necessidade de “ser sensível à imensa diversidade existente, ao mundo como um mosaico de pessoas que merecem, igualmente, ‘uma vida boa’”. Para conhecer melhor essa realidade, efetuou- se uma pesquisa qualitativa com empresários, consultores e professores. A amostra não pro- babilística por acesso geográfico na cidade de São Paulo valeu-se das seguintes perguntas abertas de razão: Que características você identifica nos candidatos da geração Y? Quais diferenças identifica entre os contratados da geração Y e os demais (X e baby boomers )? Como classificaria a produtividade da ge- ração Y em comparação com a das demais gerações? Como classificaria a confiabilida- de da geração Y frente às demais? Que tipos de benefícios você agregaria para manter os atuais contratados na empresa? Existem diferenças comportamentais e atitudinais entre as partes? Os dados da pesquisa são trazidos no quadro 2. Os baby boomers e a geração X, que atual- mente exercem atividades de liderança nas organizações, são capazes de atingir resulta- dos por meio de uma relação orgânica com a empresa, em processos e normas preestabe- lecidos, colocando muito de sua experiência profissional e de vida. Em contraponto, a geração Y traz dinamismo e criatividade, muitas vezes com respostas mais rápidas. Algumas das grandes polêmicas que gera, todavia, são a condução orgânica, a quebra de paradigmas dentro do processo decisório e a forma de condução dos negócios. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo , a Pew Research Center realizou pesquisa cujos dados apontaram que, dentre a geração Y, o turnover é mais elevado. Na época da pes- quisa, 10% dos entrevistados da geração Y estavam desempregados, em detrimento de 6% da geração anterior. As diferenças entre as gerações, em especial entre X e Y, aparecem de forma mais pontual nas relações de trabalho e ensino, gerando dificuldades e conflitos entre as partes, devido às diferenças apresentadas no quadro 2. Se, por um lado, a área de gestão de pessoas tem tentado refletir sobre o assun- to e buscado soluções, o mesmo não se pode afirmar da mão de obra interna e da entrante, que deixa sob a responsabilidade da empresa Desde simples planilhas de horárioatéomonitoramentode arquivos abertos e páginas visi- tadasemseuscomputadores,o controlesobreosfuncionáriosé algo que varia entre empresas, mas está sempre presente. Bonificações, participação em resultados e competição inter- na são alguns dos estímulos utilizados para incentivar os funcionáriosatrabalharemmais, enquanto controlados

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