Revista da ESPM_MAR-ABR_2012

SUSAN ANDREWS Formada na Universidade de Harvard, EUA, é fundadora do Parque Ecológico Visão Futuro, uma ecovila ou comunidade sustentável no interior de SãoPaulo, e principal coordenadora domovimento FIB no Brasil. (www.felicidadeinternabruta.org.br ). www.visaofuturo.org.br visaofuturo@visaofuturo.org.br Carvalho, e o superintendente de recursos humanos, Ricardo Luiz Diniz Gomes, par- ticiparam do encontro na ONU. O estudo de caso que eles submeteram ao evento demonstrou que, segundo as estatísticas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), os transtornos mentais se situam na terceira colocação entre as causas de afastamento do trabalho por mais de 15 dias e também das aposentadorias por invalidez. Cada vez mais os empregados se sentem alijados das ações da empresa à qual eles pertencem e enxergam o mero enriquecimento empresarial como algo externo aos seus propósitos. Por conta disso, a CEMIG está construindo o pro- cesso “FIB na CEMIG”, “com o objetivo de contemplar os ativos intangíveis (rede de relacionamentos, capital humano, con- fiança nas relações), valorizar o emprega- do como pessoa e integrante dos processos da empresa, e estimular o protagonismo como fatores essenciais para o alcance dos resultados empresariais”. Como os especialistas nesse encontro da ONU enfatizaram, “a felicidade é uma competência que pode ser aprendida”. O processo FIB Empresarial, desenvolvido pelo I nst it uto Vi são Fut u ro, ut i l i za o indicador sistêmico do FIB para medir, com precisão estatística, o bem-estar dos colaboradores em nove dimensões. Mas, antes de tudo, eles começam a aprender a “competência para a felicidade” – téc- nicas simples e eficazes para transformar a fisiologia do estresse numa bioquímica de bem-estar. Tendo o bem-estar pessoal como base, uma nova ética de empatia e confiança é facilmente estabelecida entre os funcionários, que por sua vez é poten- cializada por uma comunicação assertiva para resolução de conflitos. Isso é espe- cialmente importante porque uma recente pesqu isa feita pelos economistas John Helliwell, da Universidade da Columbia Britânica, e Robert Putnam, de Harvard, revelou que a confiança na administração é o aspecto do trabalho que tem o maior efeito no bem-estar, superando de longe o salário. Essa inteligência coletiva dos funcionários então se torna a plataforma de lançamento para analisar o indicador FIB e cocriar estratégias para uma orga- nização mais feliz e eficiente. Parece que o Movimento FIB está deco- lando pelo mundo todo. Na verdade, uma vez que pessoas com níveis mais altos de bem-estar têm melhores chances de serem saudáveis, bem casadas, competentes no seu trabalho, com espírito cívico, cidadãs generosas e tolerantes, por que qualquer empresa ou gover no sensato não i r ia querer moldar suas estratégias ou políti- cas para ajudar seus integrantes a atingir níveis mais elevados de bem-estar? No encontro de alto nível na sede das Nações Unidas em Nova York, em 2 de abr i l, o secretá r io-gera l da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou a necessidade de um novo paradigma econômico, um indicador de progresso que incorpore o progresso social e ambiental no esforço de alcançar um desenvolvimento sustentável. ES PM m a r ç o / a b r i l d e 2 0 1 2 – R e v i s t a d a E S P M 125

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