Revista da ESPM_MAR-ABR_2012
enormevolumedeativosfinanceiros, comdestaque paratítulosdedívidapública,eassimformaramuma considerável força desestabilizadora com grande poder de pressão sobre os devedores, portanto, em boamedida, sobre os próprios EstadosNacionais. Pelo seu poder de pressão, qualquer tipo de atu- ação do Estado na economia passou a significar, antes de tudo, uma atuação destinada a não atra- palhar os seus interesses.OEstado passouentãoa sedefrontar comas exigências de que se tornasse diminutoedebilitadodiantedo triunfodo ideário liberal.Defrontadopelamaior integraçãoentreos mercados financeiros, se viu comcada vezmenos autonomia na formulação de sua própria política econômica e impossibilitado de desempenhar o seu papel de regulador do sistema. Dada a sua situação de credor do Estado, esses grupos favorecidos pela nova lógica do capitalismo passaramaexercergrandeinfluênciasobreosrumos da política econômica, tornando extremamente difícil para os governos impor àqueles, políticas as quais eles se opusessem firmemente. Os governos acabarampor ficar mais preocupados emganhar e conservar a sua confiança. Porém, a crise de 2008 acabou por revelar as ten- sões e contradições desse processo. Ao contrário da alegação liberal, cujos problemas da economia ou a eclosão das crises deveriam ser sempre atri- buídos às tentativas dos governos de interferir nas leis naturais que regem o mercado livre, o que se viu foi uma criseoriunda justamentedoexcessode liberalismo e da ausência de regulação do Estado. Paradoxalmente, eternos defensores do livre mer- cado e damão invisível passarama conclamar seus governos,aquelescujainterferênciaeratidacomono- civaeantinatural, a intervir nos rumosdomercado. Passaram a exigir que seus governos colocassem a mão bemvisível e pesada do Estado, argumentan- do que se nada fosse feito, tal crise poderia ganhar proporções aindamaiores. Entretanto, ao criar pacotes bilionários de socor- ro, os governos acabaramsocializando os custos dessa operação de salvamento, utilizando recur- sos públicos emauxílio a instituições financeiras, i.e ., pedindo aos contribuintes que ajudassem a pagar a conta de um banquete do qual muitos nem sequer o cafezinho haviam tomado. Osargumentosusadospor chefesdegover nos–in- clusivedepaísesdefensoressecularesdoliberalismo –parajustificarpacotesbilionáriosdeajudafinanceira foramdequeestessefizeramnecessáriosparaevitar aeclosãodeumacrisegeneralizadadosistemafinan- ceirocomtodasasconsequênciasnefastasàatividade econômica mundial. Assim, os mesmos governos queoutroraforaminduzidosaseretirardaeconomia e conclamados a deixar os mercados atuarem livre- mente, foramchamados a intervir no livremercado parasocorrerempresaseinstituiçõesque–buscando R e v i s t a d a E S P M – m a r ç o / a b r i l d e 2 0 1 2 24 } A verdade em questão é que um e l eme n t o f i n a nce i r o no s grandes cent ros tomou posse do gover no desde os di as de Andrew Jackson ~ F r ank l i n D. R oose v e lt , P r es i den t e dos E.U. A ., 1933 Quanto à quebra do padrão do ouro e a atuação de gran- des organizações do setor financeiro interferindo na política, Franklin Roosevelt certa vez disse:
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