Revista da ESPM_MAR-ABR_2012
2. CRIAR UM SISTEMA DE DETENÇÃO À PARTE O livro cita exemplos de prisões fora da jurisdição da lei federal, para onde são enviados presos políticos, espiões e qualquer cidadão que vá contra o regime instaurado. Nos moldes da “Gulag soviética”, a prisão americana de Guantánamo, assim como outras no Iraque e no Afeganistão, teria servido de local para interrogatórios ilegais, tortura e outros crimes, isentando o território nacional da usurpação de suas leis por parte de seu governo 3. DESENVOLVER UMA CASTA MERCENÁRIA PARAMILITAR Como comprovado historicamente na Itália e na Alemanha, a criação de uma força paramilitar é um passo necessário para intimidar os cidadãos e fechar uma socie- dade. A autora mostra como a Blackwater e outras empresas americanas do setor de defesa passaram a atuar de forma intensa após as contratações feitas emdecorrência dos ataques de 11 de setembro de 2001 e do Homeland Security Act 4. CONFIGURAR UM SISTEMA DE VIGILÂNCIA INTERNA Na Itália deMussolini, naAlemanha nazista, naAlemanhacomunista,naChinacomunista e em toda sociedade fechada uma polícia secretaespionapessoasnormaiseencoraja que vizinhos espionem uns aos outros. A Stasi precisava apenasmanter uma parcela da população sob constante vigilância para passar a ideia de que a maioria estava sendo vigiada. Nas sociedades fechadas, essa vigilância é lançada como questão de “segurança nacional”, onde a verdadeira função é manter os cidadãos dóceis e inibir seu ativismo, oposição e dissidência 6. ENVOLVER-SE EM DETENÇÃO E LIBERAÇÃO ARBITRÁRIAS Em 2004, a Administração de Segurança dos Transportes da América confirmou a existência de uma lista de passageiros que seriamalvoderevistasdesegurançaeteriam suasviagenscanceladassetentassemvoar. As pessoas que se encontravam na lista? Duasmulheresdemeiaidadeativistasdapaz emSan Francisco; o senador liberal Edward Kennedy, ummembro do governo da Vene- zuela - depois que o presidente da Venezuela havia criticado Bush, e mi- lhares de cidadãos norte-americanos como professores, veteranos de guerra e atémembros do clero 8. APONTAR INDIVÍDUOS-ALVO Ativistas, jornalistas, professores e estu- dantes passaram a ser alvo do governo, visando manter o controle. Os apoiadores de Bush, nas legislaturas estaduais em vários Estados, fizeram pressão sobre regentes em universidades estaduais para punir ou demitir os acadêmicos, críticos da administração Bush 9. EQUIPARAR DISSIDÊNCIA À TRAIÇÃO Cidadãos dissidentes, que criticam o governo, passam a ser tratados como traidores e espiões. Isso aparenta ser um passo rumo a uma sociedade fechada já praticado anteriormente, assim como as leis ela- boradas que criminalizam certos tipos de discurso e expandem as definições de “espião” e “traidor” 10. SUSPENDER O ESTADO DE DIREITO Em2007, o “JohnWarner Defense Autho- rization Act” deu ao presidente americano novos poderes sobre a Guarda Nacional. Isso significa que emuma emergência na- cional -emque o presidente tempoderes reforçados para declarar -ele pode enviar milícia deMichigan para impor umestado de emergência declarado em Oregon, apesar das objeções do governador do Estado e seus cidadãos 7. CONTROLAR A IMPRENSA Todas as ditaduras e aspirantes a ditadores têm como alvo jornais e jornalistas, desde a Itáliadadécadade1920 e aAlemanha dos anos de 1930 até as ditadu- ras latino-americanas dos anos de 1970 e a China de 1990. Esses governantes ameaçam assediar e até fechar os veículos de imprensa 5. ASSEDIAR GRUPOS DE CIDADÃOS A União de Liberdades Civis da América atesta que diversos grupos civis de pa- cifistas e ambientalistas foram infiltrados por agentes do governo em busca de informações sobre supostas ameaças em solo americano. A obra cita a criação de umbraço doDepartamento deDefesa especificamente para essa finalidade. A CIFA (Counterintelligence Field Activity) surgiu em fevereiro de 2002, com o ob- jetivo de rastrear po- tenciais atividades terroristas em terri- tório nacional, tendo seu tamanho real e orçamentomantidos em segredo até seu súbito desapareci- mento em 2008 Infografia: M. Dueñas / Tradução: Gustavo Valdivia FONTE: Naomi Wolf - The End of America: A Letter of Warning to aYoung Patriot
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