Revista da ESPM_MAR-ABR_2012
“ Ocuppy Wall Street ” é um movimento civil que começou em 17 de setembro de 2011, em Liberty Square, no Distrito Financeiro de Manhattan, e se espalhou para mais de 100 cidades nos Estados Unidos, provocando ações em 1,5 mil cidades no mundo. O movimento luta contra o poder de gran- des bancos e corporações multinacionais sobre o processo democrático e questiona o papel domer- cado financeiro e deWall Street na criação de um colapso econômico que causou a maior recessão emgerações.Omovimentoéinspiradoporrevoltas populares no Egito e na Tunísia, e diz ter como objetivo lutar contra 1%da populaçãomais rica do mundo, queescreveas regrasdaeconomiaglobal FONTE: www.occupywallst.org no reino do terror preventivo, no novo equilíbrio do terror, aquele em que o mal compensa o mal. A frustração da “Primavera Árabe” e o envere- damento em direção a sua “islamização”; por exemplo, Guerra Civil na Líbia, Golpe de Estado no Egito, semcontar coma situação deixada pelo Ocidenteno Iraque eAfeganistão; a radicalização da situação no Irã com a última eleição. Conjuração universal de vítimas e de carrascos, conjuração universal do mal pelo mal: vemos aí uma ideia domal manipulada pelas potências do bem (Bush, o centauro), à sombra do terror como máximodenominador comum.Aomesmo tempo em que se instaura um novo regime de extermí- nio,mas dessa vezoextermíniodas forças domal. Essa erradicação domal está fadada, de qualquer forma, ao fracasso, porque da hegemonia expan- sionista das forças do bem (o eixo antiterrorista) resulta um terror multiplicador: o contra-terror, o terror branco que as forças do bem exercem. E aí está a raiz do mal absoluto: o mal que temos entre nós e que pode vir a se repetir não é aquele que seopõeaobem,mas aqueleque foi produzido pelo “excesso” de bem. É a nossa forma moder- na de tragédia (ruptura entre Apolo e Dionísio/ Nietzsche), essa inversão diabólica, que tudo aquilo que tentamos fazer para conjurar o mal nos encaminhe para um resultado ainda pior, o de um apocalipse do bem. No artigo da primeira edição de 2012 da revista Foreign Affairs , Francis Fukuyama, em O fim da história e o último homem (Editora Rocco), afirma que a ausência de competição ideológica resul- tou em políticas ultraliberais regressivas, que acentuam o declínio da classe média nos países desenvolvidos, pondo em risco a própria demo- cracia, pela alienação emassificaçãodo indivíduo dentro das multidões (Toni Negri). Ocolunistado TheWashingtonPost ,RobertKagan, ( Americanos são de Marte e os europeus de Venus , incluído em Do paraíso e do poder , Editora Rocco), e o cientista político americano Samuel Huntington ( Ochoque de civilizações , EditoraObjetiva) postula- vamumnovo patriotismo americano, enquanto o Secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld avacalhavaosantigosparceirosAlemanhaeFrança (queseopunhamaumaaventuranoIraque), como avelhaEuropa, intelectuaiseuropeus como Jürgen Habermas e Jacques Derrida engajavam-se na cruzadamoraldeumasupostaidentidadeeuropeia na defesa da liberdade e do direito contra o Estado de “natureza hobbesiano” do unilateralismo da Doutrina Bush (documento divulgado pela Casa Branca, em 2002, que estabelece as diretrizes da política externa e de segurança dos EUA).
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