Revista da ESPM
R E V I S T A D A E S P M – março / abril de 2011 110 por aumentar os custos de produção. Por via de consequência, os altos preços, o que corrói a capacidade de concorrer com os produtos importados. Some-se a isso a tão propalada ineficiência da infraestrutura no país, onde há enormes falhas no que se refere ao transporte, seja por rodovia ou por ferrovia, e da produção de energia. Esses problemas também elevam custos de produção e não é raro inviabilizarem a produção em certas regiões ou em setores industriais específicos. Não por outro motivo, há economistas que falam em desindustriali- zação no Brasil, com o fechamento de fábricas e até com a interrupção de cadeias produtivas. Mas o grande problema estrutural brasileiro, que se agrava à medida que a tecnologia vai se tornando cada vez mais o insumo funda- mental da produção moderna, são as mazelas do sistema educacional, o qual não consegue levar educação formal à população, sobretudo do ponto de vista da qualificação para o tra- balho. Como consequência, numa economia como a nossa, que se modernizou bastante nos últimos vinte anos e que, portanto, gera majoritariamente postos de trabalho que exigem a devida qualificação da mão de obra, temos desde vagas que não são preenchidas e o alto desemprego em meio à imensa parcela da população não qualificada até uma geração irrisória de tecnologia. Cabe então perguntar: diante de tudo que foi exposto, quais seriam as perspectivas do nosso País? O Brasil apresenta um quadro favorável à economia, pois o investimento produtivo está em expansão, vive-se numa estabilidade eco- nômica e a renda apresenta sensível melhora nos indicadores de sua distribuição, o que poderá gerar ganhos econômicos e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Revista Época Negócios sobre infográfico de Alexandre Affonso OS POBRES TÊM MAIS DINHEIRO A economia dos emergentes crescerá 4,6% ao ano nos próximos dez anos, quase o dobro da média dos países desenvolvidos, pressionando o consumo de matérias- primas ESTADOS NEGOCIAM EMPRESAS Há US$ 3,5 trilhões em fun- dos soberanos - controlados por governos que compram empresas privadas - e 60% desse capital pertence a nações emergentes NEGÓCIOS PERIFÉRICOS VIRAM GLOBAIS Das 100 maiores empresas do mundo, 17 têm sede em países emergentes e são consideradas precursoras de novas tendências nos setores em que atuam A URBANIZAÇÃO SE ACELERA Em 2030, 5 bilhões de pessoas viverão em cidades - 80% em países emergentes -, o que demandará mais co- mida, infraestrutura e energia nos centros urbanos A AGROENERGIA GANHA CREDIBILIDADE A produção de biocombustí- veis e energia elétrica à base de plantas torna-se alternativa aos combustíveis fósseis, va- lorizando 121 países pobres que têm terra, água e sol O CAPITAL MIGRA Em busca de lucros mais pol- pudos, o investimento direto estrangeiro em países emer- gentes encostou em US$ 400 bilhões no ano passado O CLIMA MUDA Secas, enchentes e nevascas prejudicam a agricultura. Na Austrália, 98% da safra de arroz foi dizimada pela seca. Países capazes de manter o cultivo de alimentos têm um trunfo RAZÕES DA VIRADA: O QUE PROVOCA A MUDANÇA NA DINÂMICA GLOBAL
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