Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – março / abril de 2011 120 PALESTRA } O nosso principal compromisso não é com governos, anunciantes, amigos ou acionistas, mas sim com os nossos públicos e com a verdade. ~ É uma alegria, uma grande satisfação e um verdadeiro prazer participar da inauguração do curso de Jornalismo, que é a concretização de um velho sonho, o projeto de introduzir no Brasil algo que simplesmente não existia e que, do meu ponto de vista, estava fazendo falta. Quero agradecer ao Conselho da ESPM, tão bem representado pelo meu querido amigo Armando Ferrentini, ao meu amigo também e companheiro de armas J. Roberto Whi- taker Penteado, hoje presidente da Escola, aos professores Richard Lucht e Gilberto Cavicchioli, que tanto contribuíram para a montagem e preparação do conjunto, ao extraordinário corpo de professores do cur- so, ao Eugênio Bucci, velho companheiro de jornadas jornalísticas e novo diretor do curso, sem os quais não estaríamos aqui hoje. Quero agradecer à Cleide Castellan, minha querida assistente executiva, que nos aguentou e carregou durante todo o tempo de gestação. Finalmente, bem-vindos e muito prazer, novos alunos do curso, para os quais isso tudo está sendo feito. Quero começar por uma relação de premis- sas e princípios que considero fundamentais na frente editorial e jornalística, que orienta tudo que tenho realizado ao longo da minha vida profissional. A liberdade e a livre manifestação do pensa- mento, que incluem a liberdade de impren- sa, além de se constituírem em um direito natural do homem são pressupostos básicos de todas as demais liberdades: política, re- ligiosa, econômica, de associação e tantas outras. A liberdade de imprensa não cons- titui um fim em si mesma nem visa garantir a liberdade de expressão de jornalistas ou proprietários de empresas de comunicação. O que se procura é um meio para garantir a sobrevivência de uma sociedade livre. Existe uma indissolúvel interdependência entre a democracia, a imprensa livre e a livre iniciativa. Sem uma, as outras também sucumbem. Os meios de comunicação independentes representam a primeira vítima das tiranias. Sempre que estas se abatem sobre os povos e as nações cuidam logo de amordaçar a im- prensa livre, pois somos, ao mesmo tempo, a expressão e a consequência das liberdades públicas. O nosso principal compromisso não é com governos, anunciantes, amigos ou acionistas, mas sim com os nossos públicos e com a verdade. A obrigação do jornalista é verificar os fatos e ser responsável, zelar pela ética, procurar manter a isenção e sempre fazer o seu me- lhor. Não devemos esconder embaixo do tapete mazelas e irregularidades de quem quer que seja em nome de uma pseudo- paz social ou econômica, nem tão pouco podemos escolher o momento certo para publicá-las. O equilíbrio econômico e a justiça social que tanto sonhamos somente poderão ser obtidos quando o povo puder acreditar na solidez de suas instituições e nas respostas que elas possam dar às suas necessidades. A forma como os veículos de comunicação abordam, focam, apresentam e analisam os fatos, ev identemente, os altera e os afeta. Apesar de todas as insistências de que somos apenas os olhos, o espelho, os

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