Revista da ESPM

março / abril de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 123 } A função do dirigente editorial é orquestrar o conjunto da sua redação, começando com a escolha e o treinamento dos músicos para dirigir o processo. ~ pequenas diferenças. A principal é que nos Estados Unidos e na Europa, quando se faz uma doação para uma universidade seja ela qual for, há uma dedução no seu Imposto de Renda; já no Brasil você tem um imposto adicional a pagar. Esse é só um exemplo para vocês se divertirem com uma das coisas que vamos ter de mudar neste país, um pequeno detalhe que dificulta as doações não só para universidades como também para hospitais e museus. Tenho amigos que tentaram doar uma coleção de arte para a Pinacoteca, mas desistiram depois de três anos de tentati- vas. O saudoso José Mindlin passou nove anos tentando doar a sua biblioteca para a USP, ou seja, não é fácil fazer doações para universidades no Brasil. Mas, enfim, con- seguimos criar o Instituto de Altos Estudos em Jornalismo, a partir de um acordo com a Escola; ele está montado e funcionando, o imposto está pago e agora vamos à luta. Qual é o objetivo disso tudo? Em poucas palavras contribuir, por intermédio desse curso, para o desenvolvimento das carreiras dos melhores talentos editoriais brasileiros e a consequente melhora da qualidade do jornalismo no País. Isso, obviamente, depende muito mais de gente, do que de instalações, salas de aula ou equipamentos. Tudo depende das pessoas que você con- segue juntar dos dois lados da equação: os alunos e os professores. Tivemos a sorte de conseguir convencer Eugênio Bucci a dirigir este curso full time , porque é um trabalho de tempo integral, não dá para fazer isso nas horas vagas. Nos primeiros anos, durante a montagem, esse curso exige semanas de sete dias e 12 horas, o processo é muito com- plexo. Eugênio é ex-secretário editorial da Editora Abril e ex-presidente da Radiobrás, posto que exerceu durante o Governo Lula. Atualmente é professor de jornalismo tanto da ECA-USP quanto da ESPM. Conhece praticamente todos os lados da nossa pro- fissão e tem se demonstrado um verdadeiro maestro na arte de juntar talentos, planejar o curso e orquestrar o conjunto. Tivemos também a sorte e o privilégio de reunir uma extraordinária coleção de talen- tos para ministrar o curso, que inclui desde uma quantidade de monstros sagrados da história do jornalismo brasileiro, até algu- mas das maiores autoridades em fundamen- tos como ética, economia, administração, gestão de pessoas e processos, marketing, internet e os principais aspectos jurídicos que dizem respeito ao jornalismo no País. A todos eles, meus agradecimentos por terem aceitado o nosso convite. E a todos os alunos dessa primeira turma, quanto privilégio e quanta inveja. Todos que co- nheceram esse currículo disseram “quero estudar, quero fazer o curso, não quero ser professor”. Aliás, ouvi uma citação dessas hoje pela manhã. Em outubro de 2009, J. Roberto Penteado, Richard Lucht e eu fomos visitar algumas escolas de jornalismo em nível de pós-gra­ duação, as melhores dos Estados Unidos: Columbia University Graduate School of Journalism; Graduate School of Journalism at the City University of New York; Medill School of Journalism of the Northwestern University in Chicago; e Berkeley Graduate School of Journalism of the University of R o b e r t o C i v i t a

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