Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – março / abril de 2011 124 } A era multimídia, da conectividade, da interatividade e da próxima novidade que já está chegando, está def initivamente instalada. ~ California, que são as quatro mais repu- tadas escolas de jornalismo dos Estados Unidos. Levei no bolso uma lista do que achava que deveria ser o currículo do curso porque queria checar esse currículo com o que eles faziam lá. O objetivo da viagem era verificar como funcionava as melhores escolas de jornalismo de pós-graduação do planeta. Mostrei a lista para os deans que encontramos e um deles me perguntou como e quanto tempo eu tinha levado para montar o elenco de disciplinas – eram 15 ou 16 disciplinas. Respondi que tinha feito a lista em meia hora, levando em conta o que as pessoas precisavam saber e o que tinha descoberto ao longo dos anos que elas não sabiam. Ele respondeu que levou dois anos de pesquisas, muitos estudos, debates e discussões para chegar exatamente à mesma lista. Fiquei muito contente. Demos uma polida em nossa lista e vimos o curso mais de perto, como disse o professor David Kla- tell e a equipe da Columbia. Agora, temos um currículo que talvez irá exigir alguns acertos ao longo dos anos, mas que já tem o básico que um currículo destes precisa para formar e preparar pessoas. Essa pri- meira turma é composta basicamente por pessoas que têm, no mínimo, dez anos de experiência prática de redação e que já che- garam ao topo ou estão prestes a começar a dirigir uma operação editorial de televisão, rádio, jornal, revista e até internet. Estamos procurando os dirigentes, gente do futuro do jornalismo brasileiro. A intenção e o desafio é o de montar um curso world-class , que não fique devendo nada aos melhores do planeta e que, ao longo do tempo, rea l i ze i ntercâmbios internacionais de alunos e professores. A proposta é avaliar os valores e as práticas do jornalismo independente, e as noções avançadas de gestão editorial. Não va- mos ensinar o que vocês já aprenderam durante a sua formação e ao longo de suas carreiras. Claro, seria idiota ensinar a fazer textos, títulos, legendas e aquelas coisas que todos aqui tiram de letra. Não vamos entrar em técnicas de jornalismo. O cu r r ícu lo é t udo que um d i r igente editorial precisa saber e o revisitar para desempenhar a sua missão com sucesso e melhor do que seus concorrentes. Não se esqueçam disso. Como já observei, vamos cobrir todos os fundamentos básicos, não para que vocês se tornem experts em cada um deles, mas para entendê-los suficientemente bem e poder dialogar com seus companheiros do lado do negócio e formarem parcerias baseadas em confiança e conhecimentos mút uos. Teremos matér ias especí f icas, essenciais para o exercício da função de dirigente editorial, como, por exemplo, a d iscipl i na “O jorna l ista e os nossos números”, crucial para poder lidar com a enxurrada de estatísticas, dados econô- micos, balanços, pesquisas e projeções necessárias para que as nossas audiências possam se situar e entender o mundo em que vivem. Do lado prático, vamos falar da vida como ela é dentro de uma redação – o dia-a-dia, os desafios, as pressões, as ine- vitáveis dúvidas. Vamos analisar e contar muitos bons cases e histórias de sucessos PALESTRA

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