Revista da ESPM
março / abril de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 129 personalidade feminina ou masculina, ou constelação de atributos “femininos” ou “masculinos”, pode caracterizar um certo estilo de liderança. Popularmente isso é re- conhecido nas referências informais à chefia “de mãe” ou “pai-carrasco” etc. Os programas de desenvolvimento gerencial propõem-se a dotar o participante de conhe- cimentos técnicos genéricos e específicos para o exercício da liderança em determinado contexto e nível. Em geral, os conteúdos téc- nicos são enfatizados, enquanto os aspectos humanos ficam em segundo plano. A defa- sagem decorrente entre competência técnica e competência interpessoal é frequentemente observável nas situações de trabalho. O SEBRAE-PR desenvolveu, em 2010, um programa pioneiro de capacitação de lide- ranças chamado “LÍDER-MULHER – buri lando o diamante” voltado para questões intrigantes da liderança feminina no Brasil, na Argentina e no Paraguai. Como parte do referido programa, um Encontro Interna- cional foi realizado em Foz do Iguaçu, do qual a autora, como representante do Brasil, participou de sessão de debates com duas líderes governamentais da Argentina e do Paraguai. Durante esse Encontro foi realizada uma pesquisa exploratória de percepções das participantes sobre dimensões interpessoais. Foi usado o questionário “Dimensões Inter- pessoais” da autora, o qual tem sido aplicado, sistematicamente, em programas de desen- volvimento de executivos/gestores, desde sua primeira utilização-piloto na década de 1970. 1 Amostra O grupo que respondeu ao questionário era constituído de 69 brasileiras, 23 argentinas e 10 paraguaias, totalizando 102 participantes. O Quadro 1 exibe a distribuição das respon- dentes por faixa etária. Resultados A ordenação ( ranking ) das respostas possibi- litou visualizar o contínuo das 20 dimensões interpessoais. Os extremos, que indicam os quatro pontos mais fortes e os quatro pontos mais fracos na percepção das participantes, são apresentados no Quadro 2. Os resultados sugerem aspectos culturais con- dicionantes nas percepções individuais: PONTOS MAIS FORTES PONTOS MAIS FRACOS 1. Competição 1. Reação a feedback 1. Independência 2. Resistência a estresse 2. Experimentação 3. Persuasão 3. Saber ouvir 4. Espontaneidade 3. Apoio catalisador 4. Lidar com conflito 4. Sensibilidade QUADRO 2 20-29 anos 5 30-39 anos 22 40-49 anos 30 50-59 anos 20 60 anos ou mais 5 Sem indicação 20 N o = FAIXA ETÁRIA FREQUÊNCIA QUADRO 1 102
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