Revista da ESPM
março / abril de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 139 O contexto de desigualdade social e pobreza no Brasil, China e Índia DENILDE HOLZHACKER PÁG. 68 Brasil, China e Índia combinamuma crescente presença econômica no sistema internacional com histórico de extrema desigualdade so- cial e pobreza, impondo desafios à inserção competitiva desses países no cenário inter- nacional. Este artigo visa apresentar o debate doméstico sobre a intervenção estatal e suas políticas redistributivas, entende-se que es- sas políticas estão associadas às estratégias de desenvolvimento econômico e social dos países. Para tal, far-se-á um diagnóstico dos contextos domésticos, bem como analisar- se-á as ações governamentais na busca da superação da pobreza extrema e desigualdade. A importância do Diplomata Corporativo LUIZ GILBERTO MURY PÁG. 74 E ste artigo analisa as razões para a queda na participação de produtos manufaturados na pauta de exportação brasileira. Com base nas estatísticas oficiais de comércio exterior, que apontam para forte concentração em commo- dities – resultando em agregação de valor ao produto no exterior − identificam-se questões além da taxa de câmbio para o problema. A partir da classificação de Gereffi (1999) para cadeias globais de valor, verifica-se que parte do problema está na dependência de fatores exógenos, o que ocorre quando a matriz da empresa está no exterior ou quando se está inserido em cadeias comandadas pelo com- prador. À luz das propostas de Teece (1994) e Paul (2000) sobre a importância do capital humano nas empresas, e Sarfati (2007) sobre o papel do diplomata corporativo, propõe-se que a inserção internacional das empresas brasileiras se dê em cadeias comandadas pela informação, que podem ser mais bem controladas, mas que dependem de um novo profissional: o diplomata corporativo. A política externa brasileira no campo dos direitos humanos: perspectiva histórica e os novos desafios MARCOS ALAN S. V. FERREIRA PÁG. 100 O artigo analisa como tem sido a inserção brasileira na temática dos direitos humanos. Primeiramente fazemos um levantamento histórico da defesa brasileira das liberdades e direitos na arena internacional. Em seguida, a análise demonstra que, embora o país mante- nha o tema como uma das prioridades de sua agenda de política exterior desde a década de 1970, a questão foi pouco tratada durante os últimos oito anos de governo Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, há a proximidade com governos que historicamente desrespeitam os direitos políticos e de minorias étnicas e religiosas, caso do Irã e de Cuba. Finalmente, o artigo abre o seguinte debate: é possível ser uma liderança negligenciando os direitos bá- sicos dos indivíduos no sistema internacional? BRICs ou RICs: vantagens comparativas ROBERTO SIMONARD FILHO PÁG. 106 A Teoria BRIC, desenvolvida pelo economista Jim O´Neill e apresentada em 2001, prevê que o Brasil estará entre as quatro maiores economias do mundo nos idos do ano 2050. Entretanto, amesma teoria define para o nosso país o papel de principal produtor mundial de alimentos, o que nos parece insuficiente para colocá-lo entre as maiores economias. Precisaríamos, portanto, de uma produção que contivesse ummaior valor agregado. Contudo, se precisamos agregar valor a nossa produção, teremos de vencer grandes desafios como as deficiências na infraestrutura e, principal- mente, dar qualidade ao sistema de ensino. Num mundo em que a tecnologia se tornou o insumo fundamental, aquelas nações que não qualificarem devidamente sua mão de obra estarão fadadas a um papel secundário na nova ordem mundial. Escalando a Muralha de “ Zhōõngguó ” MARCELO ZOROVICH PÁG. 112 Importantes indicadores quanto à com- petitividade posicionam o governo de Pequim em situação favorável frente à comparação com Brasil, Índia e Rússia, mas também enfatizam os desafios sociais internos visando mais consumidores e me- nores discrepâncias na segunda economia do planeta. As reformas implementadas nos últimos 30 anos surtem efeito e a zona de influência da China, a mais agressiva e populosa potência do xadrez mundial, vai além dos aspectos econômicos, comerciais e políticos, podendo se manifestar em ou- tras esferas. Apesar de a maior parte dos indicadores apontarem positivamente para o império central, o governo de Pequim ainda enfrenta desafios e contrastes que são igualmente proporcionais à sua capa- cidade de produção, consumidores poten- ciais e crescimento econômico vertiginoso. Em que posição se encontra o Brasil? Líder-mulher ou líder-homem? FELA MOSCOVICI PÁG. 128 Uma pesquisa exploratória de autopercep- ção das modalidades de comportamento interpessoal no exercício da liderança foi realizada com 102 líderes-mulheres, utilizando-se o Questionário “Dimensões Interpessoais” da autora. Os resultados foram comparados aos obtidos em pesquisa semelhante com 297 líderes-homens reali- zada há mais de 35 anos. Foram estudados os aspectos culturais condicionantes dos pontos fortes e dos pontos fracos das res- postas interpessoais que caracterizariam a liderança em nossa sociedade atualmente e no passado. A partir de inferências elaboradas, algumas indagações críticas foram formuladas sobre semelhanças e diferenças entre homens e mulheres no papel de líderes. ES PM
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