Revista da ESPM
grandes produtores internacionais de bens de consumo durável e não durável, um dos maiores fornecedores de alimentos e mi- nérios do mundo. As empresas brasileiras ganham presença nos principais mercados globais e, em diversos casos, controlam companhias-símbolo como a Budweiser e a Burger King. As reservas monetárias do Brasil já superam 300 bilhões de dólares. O Produto Bruto do país, em 2010, foi de 2,2 trilhões, ocupando a nona posição mundial. Esta é a principal razão da importância cres- cente do Brasil. Havendo superado as altas taxas de inflação, o efeito da moratória de 1986 e do endivi- damento crônico – que durante décadas nos debilitaram internacionalmente –, o Brasil começou uma trajetória virtuosa, em 1994. Ela está permitindo reduzir a mais grave hipoteca nacional: a desigualdade social. Ainda existe, porém, muito a fazer até que o Brasil possa considerar-se um país de- senvolvido. A classe média cresceu e hoje é majoritária, com 52% do total, mas ainda te- mos 40% da população vivendo na pobreza. As deficiências que temos, em comparação com outros países emergentes, são claras: a inovação tecnológica, a qualidade do sistema educacional (em especial o ensino público), a infraestrutura, logística são os aspectos mais salientes. Note-se que, malgrado o tamanho do PIB nacional, o Brasil é 73 o em desenvolvimento humano. O Brasil ainda enfrenta vários dilemas es- tratégicos, que podem repercutir sobre seu potencial geopolítico. Temas como uma infraestrutura viária pre- cária, a insegurança nas grandes cidades onde o crime organizado tem por vezes controle sobre largos espaços territoriais podem dificultar a manutenção de altas taxas de crescimento. Falta uma real disposição de integrar nos- sa economia com a dos países vizinhos. Embora tenha sido o maior impulsionador original do Mercosul, o Brasil não abriu seus mercados de forma compatível com o projeto. Isso deu origem às numerosas exceções, que todos vieram a praticar, de- bilitando assim a integração. Encontra-se aí um dos motivos da relutância de muitos países sul-americanos em aproximar-se mais do Brasil, levando-os a buscar nos Estados Unidos uma parceria econômica mais forte. Foi o caso do Chile, o primeiro a celebrar um acordo de livre comércio com Há países com grandes preocupações de segu- rança, como a Índia, a China e a Rússia, que mantêm forças armadas consideráveis, inclusive compoderosoarmamen- to nuclear. Para outros, comoBrasil,ÁfricadoSul, México, Indonésia e Tur- quia, o poder militar não temomesmo imperativo. M. Duenãs
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