Revista da ESPM
P or D enilde H olzhacker Brasi l, China e Índia têm apresentado bons re- sul tados na superação da pobreza e misér ia, mas os índices de desigualdades econômica e social ainda são alarmantes nesses países. Crescimento econômico, desigualdade e pobreza E m seu livro “ As garotas da fábrica ”, Leslie Chang (2008) apresenta um relato chocante sobre a situação das jovens chinesas que migram do campo para os grandes centros industriais. No seu relato a autora evidencia as fragilidades do sistema social chinês e o quanto a ausência de direitos sociais e péssimas condições de trabalho impactam na estrutura econômica do país. Essa situaçãonão é exclusiva à sociedade chinesa, e observa-se um cenário de extrema pobreza também em outros países em desenvolvimento, como Índia, Brasil e África do Sul. A miséria é visível nas grandes cidades indianas e choca aqueles que visitam o país. A violência e as pre- cárias condições de moradia no Brasil revelam as mazelas e fragilidades sociais que atingem a sociedade brasileira. A pobreza e a desigualdade são resultados de múltiplos fatores, sendomuitos deles estruturais. Por isso, as políticas sociais envolvem complexas estratégias nacionais de desenvolvimento e a necessidade de integrar crescimento econômico, redução da pobreza e melhor distribuição da renda (ALTIMIR, 1998). Existe na literatura um intenso debate sobre as estratégias de combate à pobreza e desigualdade (RACZYNSK,1998), que incluem as discussões domésticas sobre desenvolvimento e crescimento econômico. Nesse contexto, percebe-se que as políticaseconômicasestruturais, implementadasa partirdosanos1980naChinaenosanosnoventas noBrasil e Índia, alteraramosmodelosdepolíticas sociais e estratégias de combate à pobreza. Em geral, antes das reformas de ajustes estru- turais, os países em desenvolvimento focavam suas políticas sociais nas áreas de educação, saúde, seguridade social e regras trabalhistas. Em E Getty Images
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