Revista da ESPM

R E V I S T A D A E S P M – março / abril de 2011 76 ou sapatos? Énecessário refletir sobre o tema, pois, dentre os 30 principais produtos da pauta de exportação brasileira em 2010 – representando quase 65% do total exportado –, somente 4 são produtos acabados (Fonte: ALICEWeb). Se seguirmos essa tendência, consolidaremos nos próximos anos nossaposição como celeirodomundo, reduzindo cada vez mais nossas cadeias produtivas locais. Diante desse quadro, faz-se necessário questionar: Que competências organizacionais faltam às indústrias brasileiras para ampliarem suas exportações? Como outros países, mesmo com câm- bio valorizado, mantêm-se internacio- nalmente competitivos? Qual a atuação dos Estados neste processo? Existe aí uma grande oportunidade para desenvolverem-se ações de benchmarking visando capacitar a indústria nacional para concorrer em nível global, gerando assim empregos de qualidade, renda, tecnologia e competitividade. No final do século XX iniciou-se um processo de transformação nas empresas caracterizado por modelos baseados em informação e co- nhecimento. Esse fenômeno, conhecido como terceira revolução tecnológica, propiciou o desenvolvimento de uma nova infraestrutura de comunicação, revolucionando o sistema produtivo através da internet, globalização e formação de worldwide integrated supply chains . 1 Nesse novo modelo de negócios os ciclos de produto são cada vezmais curtos, demandando das empresas grande flexibilidade, reduzidos lead-times e gestores capacitados para atuarem em ambientes complexos e por vezes hostis. Para se compreender como esse movimento global ocorre e como há a transferência de competências e conhecimentos entre empresas e países, Geiger (apud Gereffi, 1999), propôs o conceito de Cadeia Global de Valor, que aborda como pode ocorrer a inserção competitiva de empresas nos mercados internacionais. Abatalha por mercados para produtos comvalor agregado demonstra a necessidade de um novo paradigma para compreender como vantagem competitiva é obtida e mantida. Observa-se que as empresas podem acumular valiosas tecno- logias, porém isso não faz delas competitivas (Teece, 1994).Alémdasnecessidades tecnológicas das firmas, diversos autores passam a enfocar as necessidades do capital humano delas, tanto no âmbito coletivo quanto individual. Paul (2000) aborda a necessidade das empresas de desenvol- ver um Global Mindset 2 corporativo e gerencial. Este conceito refere-se ao modo como uma em- presa enxerga omundo, reage às oportunidades, AApex-Brasilapoia79setoresdaecono- miabrasileira,divididosemseisgrandes complexosprodutivos.Sãoeles:alimen- tosebebidas;moda;tecnologiaesaúde; casaeconstruçãocivil;entretenimentoe serviços; e máquinas e equipamentos. A balança comercial re­ fere-se ao balanço de pagamentos onde se re- gistramosvaloresdasim- portações e exportações entre os países. Com exportações maiores registra-se um superávit na balança, e quando as importações sãomaiores registra-se um déficit.

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