Revista da ESPM
março / abril de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 77 às ameaças e como essas novas situações impac- tam em suas ações. Avançando nesse conceito, SARFATI (2007), propõe a criação de uma PEC 3 pelas empresas, objetivando assim monitorar o ambiente externo a elas. Para lograr participação em Cadeias Globais de Valor, umAPL 4 deve submeter-se aprocessos de governança 5 em diferentes níveis e dimensões, ou seja, para queuma cadeiaprodutiva sedesen- volva, énecessárioque sejaestruturadauma rede de correlaçãode interesses, que é a sua Estrutura de Governança (Geiger, 2007). O Quadro 1 apresenta os diferentes níveis e dimensões de governança queuma empresa ouarranjoprodu- tivo deve se submeter para desenvolver, inovar e acessar novos mercados, possibilitando, assim, atender a padrões de consumo em nível global. Dianteda complexidadedas relações internacio- nais pós-guerra fria, na qual também influem questões políticas, religiosas, de segurança nacional, impacto da formação de blocos eco- nômicos, entre outros, é necessária a elaboração da Política Externa Corporativa da empresa que, além de englobar todas as dimensões do Quadro 1, inclui o monitoramento de riscos e oportunidades, permitindo, assim, que se possa direcionar recursos para produtos/mercados previamente analisados e commaiores chances de sucesso. Para Geiger (apud Gereffi, 1999), as cadeias globais de valor estão primariamente estruturadas em 3 tipos: Comandadas pelos fabricantes: normal- mente sãograndes fabricantes transnacio- nais. Ex: indústriaautomobilística, aeronáutica, de computadores. Comandadaspelos comprado- res: pelo potencial de compra que possuem, determinam como serão os arranjos produtivos. Ex: grandes redes varejistas, marcas glo- bais, indústrias de bens de consumo, como confecção, calçados, móveis, brinquedos. Comandadas pela informação: cadeias baseadas em moder- nos sistemas de TI decorrentes do mo- delode globalizaçãoatual edoempenho inovador e empreendedor das empresas. Atualmente, grande parte das exporta- ções brasileiras de manufaturados é co- mandada ou pelos fabricantes ou pelos compradores, o que resulta em redu- GOVERNANÇA PRIVADA GOVERNANÇA PÚBLICA GOVERNANÇA PÚBLICA/PRIVADA NÍVEL LOCAL QUADRO 1 Associações comerciais locais Clusters com empresa líder Agências governamentais regionais e locais Redes de políticas regionais e locais Cadeia global conduzida pelo comprador Cadeia global conduzida pelo produtor Regras internacionais de comércio Regras nacionais e supranacionais com padrões globais de fornecimento Padrões internacionais Campanhas de ONGs internacionais A ESTRUTURA DE GOVERNANÇA CONFORME HUMPHREY E SCHMITZ (2000) NÍVEL GLOBAL Ainda que o saldo da ba- lança comercial brasileira seja atualmente positivo, suadinâmicaestábasea- da em commodities e se- mielaborados, indicando que estamos exportando produtos que terão agre- gaçãodevalornoexterior, e não internamente. Fonte: Geiger (2007)
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