Revista da ESPM
METODOLOGIA REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2020 32 Emmatérias recentes sobre carreira na atualidade, o jornal OEstado de S.Paulo reforça a importância des- ses três eixos. Por exemplo, sobre a necessidade de se aprender a aprender, a reportagem Lifelong Learning: como se tornar um profissional em constante aprendiza- gem , escrita por Renée Pereira, no dia 30 de outubro, afirma que “hoje, para acompanhar o ritmo de surgi- mento de novas tecnologias, o profissional precisa estar antenado, ser curioso e disposto a aprender em todos os momentos de sua vida. Trata-se do conceito lifelong learning : educação ou formação continuada”. Já a matéria Habilidades do futuro. Para desenvolver sua carreira agora , escrita por Nathalia Molina e Fer- nando Victorino, e publicada no Estadão no dia 21 de novembro, detalha a importância das habilidades socioemocionais e alerta os candidatos a carreiras corporativas para a importância de se atentar à ques- tão comportamental: “Entre as competências essen- ciais, algumas vêmganhando importâncianosúltimos anos, caso das soft skills . As empresas já perceberam a importância de ter profissionais com habilidades socioemocionais fortes. E começamamodificar seus processos seletivos para identificar talentos nessa área. Às vezes, antesmesmo de fazer uma análise das chamadas hard skills , ligadas ao desempenho técnico. ‘As empresas perceberamque contratavampor capa- cidade técnica e, namaioria das vezes, demitiampor comportamento’, conta Luiza Helena Trajano, presi- dente do conselho do Magazine Luiza. ‘Começamos a realizar os primeiros testes cegos, nos quais anali- sam-se os comportamentos. Só depois dessa fase ini- cia-se a análise técnica’.” Aimportânciadas competênciasde relacionamento, liderançaeautoconhecimentoé,aomenosatéomomento atual, confirmada por dados compilados por David Deming, que analisou o crescimento do número de postos e do valor real do salário por hora de ocupações queelecategorizouemquatrogrupos: (1) ocupaçõesque exigem nível elevado de competências sociais e nível elevado de competências quantitativas, (2) ocupações que exigem nível elevado de competências sociais e nível baixo de competências quantitativas, (3) ocupa- ções que exigemnível baixode competências sociais e nível elevado de competências quantitativas e (4) ocu- paçõesqueexigemnível baixodecompetências sociais e nível baixo de competências quantitativas. De forma muito convincente, o autor demons- tra que as profissões que, entre 1980 e 2012, mais cresceram em termos de valor do salário por hora trabalhada foram as que exigem elevado nível de competências em ambas as dimensões, social e quantitativa. Embora essa constatação não surpre- enda, o que é mais interessante é o segundo lugar em crescimento no valor do salário por hora, com um crescimento acumulado muito próximo ao do primeiro grupo. Se você pensou que seriam as pro- fissões com demanda elevada por competências quantitativas e demanda reduzida por competên- cias sociais e relacionais, se enganou. O segundo grupo é o de ocupações com exigência elevada por competências relacionais, ainda que com menor demanda por competências quantitativas (Figura 2). Cada vezmais as tecnologias irão absorver as tarefas realizadas pelos seres humanos, e dessa evolução surge umnovo compostode competências que precisamos fomentar emnosso ambiente FIGURA 2: VARIAÇÃO PERCENTUAL ACUMULADA REAL NO SALÁRIO POR HORA DE ACORDO COM O PERFIL DA OCUPAÇÃO ENTRE 1980 E 2012 NOS ESTADOS UNIDOS Fonte: Deming,D.(2015).TheGrowingImportanceofSocialSkillsinthe LaborMarket.Cambridge,MA,EUA:TheNationalBureauofEconomic
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