Revista da ESPM
OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2020| REVISTADAESPM 33 O grupo de ocupações que exigem primordialmente competências quantitativas vem em terceiro lugar, bem distante dos dois grupos mais bem colocados. A redescoberta da mentalidade renascentista Esperamos ter demonstrado que o propósito funda- mental do ESPMLifeLab está bastante alinhado com as principais tendências observadas no mundo pro- fissional e na sociedade de uma forma mais ampla. Cada vez mais tecnologias como Inteligência Artifi- cial irão absorver tarefas anteriormente realizadas pelos seres humanos e dessa evolução surge umnovo composto de competências que precisamos fomentar emnosso ambiente. Para Walter Isaacson, escritor norte-americano que escreveu biografias de muitos personagens his- tóricos notáveis, há uma incrível semelhança entre o período da história emque viveu Leonardo da Vinci e os anos atuais. Segundo ele, o século 15 apresenta importantes similaridades com o século 21: foi um período histórico de “invenção, exploração e a difu- são de conhecimento por meio de novas tecnologias, aponta o autor do livro Leonardo da Vinci (Simon & Schuster, 2018). Para Isaacson, Leonardo demons- trou, unindo arte, ciência, tecnologia e humanismo, como é possível navegar no mar de inovação e incer- teza que taismomentos acarretam. Talvez o século 21 seja marcado, realmente, pela redescoberta da men- talidade renascentista. Permitimos que a ciência e a tecnologia, por um lado, as afastassem em demasia da arte e do pensamento humano. Tudo indica que este é o momento de promover uma necessária uni- ficação em nossa forma de enxergar o mundo. Nessa linha de raciocínio, qual perfil profissional será valorizado no século 21? O PDA definiu clara- mente, como objetivo principal para o trabalho com os estudantes, o fortalecimento do potencial transfor- mador que todos, emmaior oumenor grau, possuem. Para nós, o transformador é um indivíduo questiona- dor, que procura caminhos novos, às vezes radical- mente novos. Ele conhece a si próprio e acredita no seu projeto e nos seus ideais. Possui um propósito e possui também o ferramental necessário para ver esse propósito concretizado: competências cogniti- vas, técnicas, humanas e comportamentais. Acreditamos que seja esse o caminho para as pes- soas se manterem sempre à frente da tecnologia, à frente da onda avassaladora da Inteligência Artificial. Certamente, não se trata de lutar contra o avanço tec- nológico, ou se colocar à margem dele. Essas opções não existememummundo cada vez mais conectado e interdependente. Porém, redescobrindo o que nos torna únicos, como espécie e como indivíduos, pode- mos encontrar novos caminhos, percursos que valo- rizem as contribuições que cada umpode trazer. As organizações precisam, cada vez mais, de pes- soasmotivadas, centradas e capazes de exercer a lide- rança de uma forma saudável para si mesmas e para o ambiente. As pessoas estão estressadas, cansadas e desmotivadas.Oreflexodissoapareceemumestudodo GallupResearch, State of the Global Workplace , de 2017. Segundo o relatório, globalmente nãomais do que 15% dostrabalhadoresseconsiderammotivadoseengajados. Além do custo humano, as empresas perdem bilhões de dólares com o declínio em produtividade causado por tudo isso. Talvez, o que o século 21mais precise é de pessoas que possam fazer a diferença. Alexandre Gracioso Vice-presidente acadêmico da ESPM Háuma incrível semelhança entre o período dahistória emque viveu Leonardo daVinci e os anos atuais SHUTTERSTOCK.COM
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