Revista da ESPM

EDUCAÇÃO CONTINUADA REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2020 36 H áalgumtempo, temosdiscutidocomoavelo- cidade das mudanças por que passa nossa sociedade tem impacto na educação e nos processos de aprendizagem. Alguns dos elementos que caracterizam a sociedade contemporâ- nea — complexidade, mudança acelerada e as inovações tecnológicas — colocama educação diante de demandas desafiadoraseque retomama importância já tãodiscutida em tempos recentes a respeito da aprendizagemcontex- tualizada e comsentido para o estudante emsua prática. Tamanhavelocidade trazparaadimensãoeducacional um grande desafio. Atualmente não temos mais aquela divisão temporal entre o “tempo do estudo” e o “tempo do trabalho”. A educação continuada tornou-se figura cen- tral quando se pensa na trajetória de vida das pessoas. A graduação deixou de ser um diferencial, e uma só “pós” no currículo passou a ser exceção no momento em que um executivo com 20 anos de experiência já possui em média três destes cursos em seu histórico acadêmico. Aquestãoé: ninguémquer ficar para trásnosprocessos seletivos e abuscapor umcursode especialização cresce, sobretudo, no grupo dos recém-formados. No início da década de 1990, a média de idade dos chamados MBAs era de 38 anos, commais de cinco anos de experiência gerencial. Atualmente, essa média foi reduzida para 30 anos e três anos de experiência para os cursos chama- dos MBA Executivo. Para os demais cursos de pós lato sensu , a média etária é menor ainda e encontramos em sala umgrande número de estudantes que saemda gra- duação diretamente para a pós. Com isso e com a busca das empresas por profissionais conhecedores de novas tendências, é comum ver a lista de cursos de especiali- zação crescer nos seus currículos. Assim, podemos ressaltar a pressão dos temas no processo de desenvolvimento dos profissionais. Pode- mos observar cada vez mais assuntos e discussões tornando-se ultrapassados rapidamente e novos temas surgindo a cada momento. Seja inserindo disciplinas novas nos cursos existentes ou lançando novos progra- mas sobre temas emergentes como inteligência artifi- cial, big data e gamificação growth , a continuidade dos estudos aparece como um fenômeno da atual geração de profissionais, independentemente do estágio de vida no qual estejam inseridos. Novamente, aqui, a diversidade de modelos e meto- dologias faz-se importante para a grande variedade de necessidades latentes para os diferentes públicos. Cur- sosmais informativos, porém introdutórios, programas de especialização para dar um “up grade” no diploma universitário, cursosmuito densos e aprofundados com maior duração, programas inovadores comformato “coa- ching” ou estudos de experiências e casos são exemplos de quão variadas são as demandas e as oportunidades nesse ambiente de desenvolvimento profissional. Emcomplemento, faz-se necessário focar emuma das principais questões dos últimos tempos: a relação entre a tecnologia e suas inovações com o tempo e as novas demandas a que somos submetidos ao longo de nossa vida profissional. Ao contrário do que imaginávamos, a administração de nosso dia e as respectivas priorida- des tornaram-se uma tarefa bastante complexa com o desenvolvimento tecnológico. Os gadgets e novos recur- sos nos colocam“disponíveis” 24 horas por dia, sete dias por semana e namaioria das vezes temos dificuldade em nos disciplinar para usar a flexibilidade inerente a essas tecnologias a nosso favor. As jornadas profissionais estãomais alongadas e não mais estáveis comono passado, quando os universitários se formavampara uma carreira estável e previsível shutterstock . com

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