Revista da ESPM
ARTES REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2020 78 “Essa instituição é diferente. Ela te envolve, incentiva seus sonhos e, para tornar tudo mais real, traz convidados ilustres, eventos, aulas diferenciadas, mentorias eletivas desde o início, fora todos os ensinamentos de desenvolvimento, criatividade e mecanismos para crescer profissionalmente, mostrando que é possível ser quem você quiser.” MariaClaraGonçalves, estudante do curso de cinema e audiovisual da ESPM mentorias eletivas desde o início, fora todos os ensi- namentos de desenvolvimento, criatividade e meca- nismos para crescer profissionalmente, mostrando que é possível ser quem você quiser”. E assim a perspectiva da participação ativa dos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem perpassa nossas intenções e nos auxilia a construir a transdisciplinaridade como abordagem necessária a estes esforços de formação, para que nossos cami- nhos sejam afetados por diversos fluxos, superfícies e linhas, de maneira que sejam únicos e particulari- zados. “Entrei no curso de cinema e audiovisual pen- sando emdiversas áreas nas quais eu tinha interesse, mas posso dizer que, após esses quatro semestres no curso, pude mudar a minha ideia e compreender como o universo audiovisual realmente funciona, me levando para outros caminhos que nunca imaginei que fosse gostar. O corpo docente do curso é com- posto por profissionais capacitados, mas com uma característica única: todos são dotados de grande valor humano. São profissionais que ensinam, que orientam, mas que também fazem com que eu me sinta extremamente acolhida e bem direcionada. Tenho certeza de que estudar cinema e audiovisual na ESPM irá me abrir muitas portas quando chegar o meu momento de ingressar no mercado de trabalho”, complementa Ana Luisa Leite L. Jesuino, cineasta em formação e estudante do curso de cinema e audiovi- sual da ESPM. Entendemos que é a partir das múltiplas camadas destas relações, articuladas na formação de sentido e sediadas no compromisso com o ensino dos saberes multidisciplinares de formação em cinema e audio- visual, que temos a possibilidade de múltiplas cone- xões e, portanto, muitas oportunidades para o novo. Iniciativas estas que são percebidas pelos estudantes do curso, como revela a futura cineasta Giovanna Cas- tro: “Desde videoartes até a criação do roteiro de um episódio de série, esse curso, em menos de um ano, mudou o modo com que eu vejo filmes e séries. Agora sempre fico pensando em como eu poderia fazer uma análise de tal filme ou percebo referências que não teria notado antes”. Por tudo isso, temos convicção de que os profissio- nais formados nesta Escola terão atitudes diferentes daquelas relatadas no início, sobre a descontinuidade da relação coma comunidade caiçara, ou comqualquer outra que fizer parte de seus projetos e trabalhos. Sabe- mos que ainda permanece a difícil missão de socia- lização do acesso aos meios de produção e das obras em circuitos mais amplos das camadas populares. Em Arte e política no Brasil: história e historiografia (Editora Perspectiva, 2014), Marcos Napolitano afirma que “o povo-fonte e o povo-destino quase nunca foram conciliáveis”. E é isso que instiga nossos processos de formação a sempre considerarem todas as pontas do circuito, incluindo a conexão estabelecida com aque- les que foram objeto de nossas construções imagéti- cas e que permitiram a realização de nossas obras. Reconstruir a história do fazer audiovisual na pers- pectiva e junto com cada estudante é uma das nossas maiores conquistas. Quem sabe esses futuros profis- sionais não possam nos ajudar a repensar histórias como a de Caiçara , fortalecendo novas relações e tra- zendo um porvir muito mais esperançoso. Gisele Jordão Coordenadora do curso de cinema e audiovisual da ESPM
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