Revista da ESPM
OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2020| REVISTADAESPM 87 Quemsabe faz aovivo e on-line! Inovação e criatividade: os desafios das aulas ao vivo e on-line no curso de jornalismo da ESPM Por MariaElisabeteAntonioli A pandemiatrouxeumasériedeimpactospara todos os setores e, como não poderia deixar de ser, para a educação superior também. No caso do jornalismo, os impactos ocor- reram não apenas nos cursos, mas também na própria profissão, uma vez que todos precisaram incluir na rotina procedimentos de segurança no trabalho externo e, também, se adequar a novas práticas jornalísticas, tendo em vista o distanciamento social. Aqui, na ESPM, não foi diferente. Além de investir em novas tecnologias, a Escola, por meio do Núcleo de Inovação Pedagógica (NIP) e do Departamento de Tec- nologias de Ensino e Aprendizagem, ofereceu cursos para subsidiar os professores na condução das aulas ao vivo e on-line, logo no mês de março, quando as medi- das de distanciamento social foram anunciadas pelos órgãos governamentais. O fato de os professores já tra- balharem em classe commetodologias ativas facilitou — e muito — o processo de ensino-aprendizagem nessa nova modalidade de aula. No que concerne ao curso de jornalismo, diversas modificações foram efetuadas nos planos de aulas e, emespecial, nas disciplinas emque, alémda teoria, há uma parte prática. É importante ressaltar, também, que a inovação e a criatividade por parte dos docentes e discentes contri- buíram sobremaneira para que os resultados alcança- dos fossemsatisfatórios. Neste sentido, o Projeto Peda- gógico do Curso, mais conhecido como PPC, também deve ser destacado, pois ser criativo e inovador faz parte do perfil do egresso em jornalismo. Nessa perspectiva, salienta-se a importância de umperfil profissional que tenha umespírito criativo e voltado para a inovação, ao buscar novas formas de praticar jornalismo e conceber novos produtos. Esse perfil propicia a formação de profissionais ins- tigantes, que buscam novos desafios e soluções para os problemas. E foi exatamente nesse período de aulas remotas que essas habilidades foramexercitadas conti- nuamente pelos alunos, emespecial, na fase inicial, pois diante da situação inesperada era premente a criação de novos protocolos de produção jornalística. O grande desafio se deu por conta das aulas que pre- veem conteúdos práticos, principalmente no que diz respeito à produção audiovisual. Telejornal, entrevistas emvídeo e emáudio, podcast e noticiário de rádio — que normalmente são programas gravados nos estúdios da Escola — forammodificados rapidamente. Assimcomo a própria produção jornalística profissional se alterou, com jornalistas profissionais produzindo de suas casas e utilizando instrumentos tecnológicos como suporte, a produção acadêmica dos discentes tambémpassou a ser feita dessa forma. Pela primeira vez, profissionais, professores e alunos começaram, simultaneamente, a testar novas alterna- tivas de produção jornalística. EllenNogueira, diretora de jornalismo da CNN Brasil, por exemplo, afirmou durante o 4º Seminário Internacional de Jornalismo ESPM/Columbia que a televisão se reinventou com a pandemia, pois ganhoumaior imediatismo em relação às fontes e também em relação aos instrumentos tec- nológicos utilizados. A jornalista lembrou, ainda, que entrevistas que erampresenciais nos estúdios da emis- sora passaram a ser feitas por Skype. No curso, situação similar ocorreu, pois os alunos também começaram a marcar entrevistas por Skype ou por outros aplicativos, ou, ainda, em plataformas como o Zoom. Nessa situação, sem a presença do pro- fessor, o discente ganhou uma certa autonomia. Esse exercício careceu também de mais esforço para obter
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