Revista da ESPM
EAD REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2020 98 O uçoemumapropagandano rádioaseguinte frase: “As atualizações de futuro foramatu- alizadas”. Preciso concordar, nossas atuali- zações de futuro foramrevistas. Aquiloque parecia fantasia de criança, como trabalhar emcasa, por exemplo, é realidade. As crises servem para isso mesmo, para revermos paradigmas, processos e relações e atualizar, rever e reciclar. Abandonar o que não funcionamais e buscar o novo, o próximo. Jogar fora o que não servemais e adap- tar rapidamente às novas exigências, identificar novas oportunidades. Jogo rápido! Nessesmomentos,preverofuturosignificaestarfadado ao fracasso. Eumesma não arriscaria grandes previsões, pois ainda estamos nomeio do olho do furacão e quais- quer previsões, nessa altura, é pura especulação e esse é umcuidado necessário, pois, alémde oportunidades, também surgem oportunistas. O que eu percebi realmente foram tendências que já haviamsido feitas emmomentodenão crise e que se ace- leraramcomo incremento da indústria 4.0, internet das coisas (IoT). Semdúvida, os segmentos quemais geraram oportunidades estão relacionados às cadeias de tecnolo- gia, telecomunicaçõese logística, eessessegmentosainda vão gerar oportunidades e demandar a criação de novas ocupações, pois se mostrou necessário. As indústrias que perceberame foramágeis tambémse distanciaram da concorrência e ditaram o modus operandi , tanto que vejo segmentos demercado batendo recordes históricos emmeio à pandemia. Mesmo não querendo fazer previsões, minha per- cepção é de que nosso problema enquanto país, num futuro próximo, serámenos o desemprego emais a falta de profissionais qualificados. Ainda temos problemas estruturais sérios relacionados à educação que vão se acentuar. E ao mesmo tempo que surgem os proble- mas, surgem as oportunidades. É assim que as empre- sas com foco em inovação raciocinam. Identificando problemas, as “dores”. No caso dos empregos, esta é uma cadeia longa, que começa com a educação de base. A solução é complexa, mas para isso é que estamos em plena era da inovação. Além de ser um problema social, também gera severos problemas econômicos. A solução passa por vontade política, incentivos fiscais e tributários, parcerias públi- co-privadas, campanhas de incentivo e valorização das capacitaçõeseautilizaçãodas tecnologiasexistentespara focarnasnecessidadesde trabalhoeempregopor regiões. As pessoas sofrem por não encontrarem uma ativi- dade que seja significativa e que seja útil para si e para o mercado. Muitas vezes se formam ou se qualificam em áreas para as quais não há demanda na sua região. Minha sugestão para minimizar parte dos problemas com empregabilidade seria o mapeamento das neces- sidades profissionais por região. Manter as pessoas emsuas regiões pode ser uma boa opção, e se ficar claro quais são as principais demandas por região, as escolas de ensino técnico, médio e supe- rior podem oferecer cursos e programas de formação que tenhammais aderência comas necessidades e ten- dências de desenvolvimento local. Tudo issopoderia ser oferecidopormeiode aplicativos, tantoasofertasdeempregoquantooscursoseprogramas de formação para essas demandas. O EAD tem sido um recurso muito importante para a educação. Atualmente, temos nove milhões de estudantes matriculados no ensino a distância no Brasil, o que corresponde a um aumento de 17% (dados de 2017/2018). Quem apontou esses dados do crescimentodoEAD foi aAssociaçãoBra- sileira de Educação a Distância (Abed) por meio de um estudo divulgado no fimde 2019. Evidentemente, esses números devemsermuitomaiores hoje comapandemia. Desde 2005, quando foi regulamentada amodalidade de Nosso problema enquanto país, num futuro próximo, serámenos o desemprego emais a falta de profissionais qualificados shutterstock . com
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