Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL DE 2021 | REVISTADAESPM 17 shutterstock . com Em 2018, cerca de 3,8 milhões de brasileiros já trabalhavam emhome office. Com a pandemia, este número dobrou. Em outubro de 2020, o Ipea indicou que oito milhões de pessoas estavam trabalhando em casa Novas tendências como o Homesteading começama ficar tangíveis. Profissionais liberais e executivos pas- samamorar na praia ouno campo, a praticar agricultura de subsistência e encaixar hobbies no seu cotidiano, ao mesmo tempo que trabalhamcomcomputadores poten- tes ligados à internet de alta velocidade. As cidades médias, entre 100 mil e 500 mil habitan- tes, que já vinham crescendo acima da média (cresce- ram 153% de 2004 a 2010, ante um crescimento de 94% do PIB nacional), ganham então um novo impulso. A oferta de emprego formal nessas cidades também sal- tou 70% no período, alavancado pelamovimentação de indústrias em busca de incentivos fiscais. Na década passada, as pessoas renunciaram a seu progresso pro- fissional, comodidade e serviços das capitais, embusca de melhor qualidade de vida. O que muda agora é que os oito milhões de pessoas em home office são 9,6% dos cerca de 80 milhões de trabalhadoresocupados enãoafastados.Masque respon- dempor 18,5%damassa de rendimento, ou seja, pertode R$ 35 bilhões pormês. Ocontingente que experimentou e gostou do trabalho remoto é mais qualificado. Ao chegar a uma cidade média, esses profissionais exigem o nível de serviços das grandes cidades e têm renda para pagar por ele. Isso gera novas oportunida- des para os mercados locais. Outra diferença é o nível de serviço do e-commerce. Na pandemia, a tecnologia e a logística do varejo on-line se sofisticaram. Em pou- cos dias, qualquer produto é entregue a qualquer CEP brasileiro. A evolução do nível de serviços dos grandes e-commerces complementa a experiênciade viver coma qualidade de vida do interior e a conveniência de capital. Amobilidade geográfica atrai, em teoria, aindamais pessoas para o trabalho remoto definitivo. Mas apenas o on-line não basta. Ocontato físico ainda temumpapelinsubstituível.Oserhumanoéumsersocial.
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