Revista da ESPM

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL DE 2021 | REVISTADAESPM 21 mudança climática como uma questão de segurança nacional pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin III, em 27 de janeiro de 2021, como um divisor de águas quando se trata de reconhecer a ligação entremudança climática e conflito. Emrecente comuni- cado oficial, o governo dos Estados Unidos afirma que, desde 2010, oDepartamento deDefesa reconhece que as mudanças climáticas—secas, incêndiosflorestais eeven- tos climáticos extremos — resultamna instabilidade das sociedades afetadas. Portanto, já estamos em duas “guerras”: contra a Covid-19 e contra amudança climática. E o que isso tem a ver com o futuro do trabalho e, consequentemente, do capitalismo? Em termos econômicos, esse pano- rama representa substancial readaptação das cadeias de suprimentos, empregos, consumo e investimentos, alterando a competitividade entre setores e empresas. Em termos tecnológicos e científicos, veremos grandes avanços, como é o caso das vacinas desenvolvidas, pro- duzidas e aplicadas em tempo recorde. Nesse novo cenário, equipes dinâmicas e objetivas vão prevalecer sobre estruturas lentas e políticas — exi- gindo umperfil que saiba unir pessoas. Oconhecimento compartilhado em torno de metas claras será muito mais valioso. E quem é o profissional ideal para com- partilhar de forma rápida, prática e objetiva? E ainda mais importante: quem é o profissional que promove a colaboração gerando times funcionais? São profissionais transformadores, que sabem sepa- rar pessoas dos problemas e posições dos interesses (William Ury), tomar decisões com poucas e ambí- guas informações. Eles têm ciência de que não decidir em tempo já é uma decisão e sabem que interagir com diversos stakeholders vale tanto ou mais do que dados e relatórios. Não se intimidam ou se envergonham em aprender e sabem separar a intenção do impacto — focando no último. Encaramuma conversa difícil com empatia e coragem, entendem as diferenças culturais e as histórias de vida — priorizando o que realmente importa e, principalmente, veem valor na diversidade. Para o bem da gestão, as empresas que abraçarem o Stakeholder Capitalism irão coordenar as relações com os seus diversos stakeholders em breve. Seja por meio do Chief Stakeholder Officer ou de um comitê multistakeholder permanente, com liderança rotativa. Os novos profissionais irão prever demandas, riscos e oportunidades sociais, ambientais e éticas, comu- nicar e construir relacionamentos com investidores,

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