Revista da ESPM

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL DE 2021 | REVISTADAESPM 23 Melinda e Warren Buffet. O conceito é simples: um convite aberto para bilionários, ou aqueles que esta- riam, se não fosse por suas doações, a se comprometer publicamente em dar entre 30% e 90% de sua riqueza à filantropia. Hoje o movimento conta com bilionários de todos os continentes. A filantropia é uma decisão do capitalista, geral- mente por meio de uma fundação e, às vezes, via sua empresa. A filantropia ganhou dimensões novas na pandemia. MacKenzie Scott, escritora que se divorciou em2019 do fundador da Amazon, Jeff Bezos, dooumais de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) para bancos de alimentos e fundos de auxílio emergencial num período de quatro meses. As doações foram direcio- nadas para as entidades que atuam “em comunidades que enfrentam insegurança alimentar, desigualdade racial, altas taxas de pobreza e pouco acesso a recur- sos oriundos de filantropia”. Voltando a Chicago. Milton Friedman recebeu o Prê- mio Nobel de Ciências Econômicas de 1976 por sua pesquisa sobre análise de consumo, história e teoria monetária e a complexidade da política de estabili- zação. Com George Stigler e outros, Friedman estava entre os líderes intelectuais da Escola de Economia da Universidade de Chicago, uma escola neoclássica de pensamento econômico cujas ideias sobre política monetária, tributação, privatização e desregulamenta- ção influenciaram as políticas governamentais, espe- cialmente durante os anos 1980. Sua teoriamonetária influencioua respostadoFederal Reserve à crise financeira global de 2007-2008. Fried- man foi conselheiro do presidente republicano Ronald Reagan e da primeira-ministra conservadora britânica Margaret Thatcher. Sua filosofia política exaltava as virtudes de um sistema econômico de livre mercado commínima intervenção governamental emquestões sociais. Em qualquer debate ou post sobre a evolução do Shareholder Capitalism para o Stakeholder Capita- lism alguém irá contar sobre a doutrina de Friedman. A doutrina de Friedman, tambémchamada de teoria do acionista, afirma que a responsabilidade exclusiva de uma empresa é para com seus acionistas. Essa abor- dagem de primazia do acionista vê os acionistas como omotor econômico da organização e o único grupo pelo qual a empresa é socialmente responsável. “Há uma e apenas uma responsabilidade social das empresas — usar seus recursos e se envolver em atividades desti- nadas a aumentar seus lucros, desde que permaneça dentro das regras do jogo, ou seja, se envolva em uma competição aberta e livre sem engano ou fraude.” Friedman argumenta que os acionistas podementão decidir por si próprios emquais iniciativas sociais par- ticipar, em vez de ter um executivo que os acionistas nomearamexplicitamente para fins comerciais decidir PICTUREGROUP/SIPA USA/NEWSCOM/FOTOARENA Afilantropiaganhounovasdimensõescomapandemia. MacKenzieScott,ex-mulherdeJeffBezos,doouUS$4bilhões parabancosdealimentosefundosdeauxílioemergencial Equipes dinâmicas e objetivas vão prevalecer sobre estruturas lentas e políticas – exigindo um perfil que saiba unir pessoas

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