Revista da ESPM

SOCIEDADE REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL DE 2021 32 Oterceiroelementonormalmentesubestimadoéocon- juntodeatitudes. Afinal, saberoque fazer (conhecimento) ecomo fazer (habilidade) denadaadiantamseoprofissio- nal não tiver comprometimento ou interesse emsolucio- nar umproblema. Podemos considerar o “querer fazer”. Então, sempre que falarmos sobre competência pro- fissional, podemos entendê-la como a atribuição de um profissional que conhece oque énecessário fazer, possui a habilidade para executar e a atitude de querer executar. As desejadas skills Dois termosmuito comuns que ouvimos hoje nomundo dos negócios são hard skills e soft skills . Resumindo: hard skills são conhecimentos e habilidades técnicos que um profissional precisa ter para realizar funções dentro de uma empresa (como codificação, dominar um idioma, utilizar um software ou implementar uma metodolo- gia), enquanto soft skills representamas atitudes que um profissional precisa ter dentro do ambiente de trabalho (como empatia, pensamento crítico, inteligência social e capacidade de gestão). Valeressaltarqueessasnomenclaturasforamcunhadas entre as décadas de 1960 e 1970 peloExércitonorte-ame- ricano para definir competências no uso de equipamen- tos oumáquinasmilitares ( hard skills ) ou competências genéricas que não demandam tal interação ( soft skills ). Não é de assustar quando analisamos a realidade de empresas que prosperam no mercado contemporâneo e vemos cada vez mais críticas ao uso desses termos. Afinal, desenvolver a capacidade de gestão ou liderança é pelo menos tão árduo quanto dominar um idioma ou uma metodologia, não? Reflexões contemporâneas sugeremquepensemos em competências técnicas, competências comportamen- tais e as metacompetências. Aplicando a tese à nossa discussão sobre profissionais do futuro, competências técnicas são sensíveis ao lançamento de novas tecnolo- gias e precisam ser atualizadas constantemente, como uma nova linguagemde programação, novos softwares de gestão ou redes sociais. E aqui mora um perigo: pro- fissionais que desenvolvem apenas competências téc- nicas corremo risco de ficar desatualizados com facili- dade no mercado de trabalho. Já as competências comportamentais são perenes, visto que profissionais sempre lidarão compessoas den- tro das organizações e desenvolverão soluções para con- sumidores. E é nas competências comportamentais (ou soft skills , na terminologia original) que encontramos um grande potencial para o profissional do futuro: ser capaz de se adaptar a novas realidades e desafios; ter resiliên- cia para lidar comas frustrações do trabalho; ser empre- endedor ao identificar oportunidades e propor soluções; ter inteligência social para interagir e liderar equipes; e possuir inteligência emocional para equilibrar o traba- lho e a qualidade de vida. Para alémdas vantagens que competências compor- tamentais oferecem na interação com colegas de tra- balho, a capacidade de ser empático e de compreender os outros também faz diferença no “fator humano” da transformação de negócios. Porémainda faltamencionaruma: ametacompetência, a mais recente discussão no mundo dos negócios. Dife- rente das anteriores, as metacompetências são compe- tências necessárias para que umprofissional desenvolva outras competências essenciaisparamanter-se relevante nomercado ao longo da sua jornada. Omaior exemplo demetacompetência para profissio- nais do futuro é o “aprender a aprender”. Se umprofissio- nal for capaz de identificar a melhor maneira de apren- der algo novo, conseguirá desenvolver competências técnicas e comportamentais de maneira mais rápida e transformadora. Logo, aprender a aprender se torna uma metacompe- tência essencial para o profissional do futuro, visto que será a base para que ele desenvolva tanto competências técnicas (aprender autilizar umsoftwareou idiomanovo) comocompetências comportamentais (aprender a liderar uma equipe ou compreender suas emoções). E como as desenvolvemos? Essa visão contemporânea do desenvolvimento de com- petências já aparece em algumas instituições desde o ensino fundamental, com a inclusão de aulas de empre- endedorismo, coding e inteligência social nocurrículo. Na graduação, dada a importância da formação demodelos Ademandapor profissionais de tecnologia e dados aumentana mesmamedidaque ademanda por especialistas empessoas

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