Revista da ESPM

LIDERANÇA REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL DE 2021 62 mudarderumodemaneiradecisiva,implantandosoluções inovadorasemuitasvezesdegrande rupturaempresarial. Os líderes visionários devem sempre estar abertos para avaliar novas possibilidades para suas empresas, que podemrepresentar inovações de alto valor agregado. Neste sentido, o CEO e sua diretoria executiva devem trabalhar, única e exclusivamente, para serem os pri- meiros a implantá-las no mercado, sendo persistentes na execução e na ampliaçãodesse conhecimento até que seu pleno potencial seja alcançado. Oprimeiro passo é reconhecer uma grande oportuni- dade, reagindo omais cedo possível ao ambiente interno eventualmente deteriorado. Em seguida, é necessário agir demodo objetivo, no sentido de restaurar a viabili- dade empresarial, cortando custos de forma agressiva, preservando capital e, aomesmo tempo, liberando recur- sos para financiar a etapa de reorientação dos negócios. Neste novo cenário, cujo senso de urgência se tornou crítico e as ameaças corporativas estão em toda parte, o CEO moderno deve ter uma competência essencial básica: estar sempre atento às movimentações exter- nas de forma mais ampla. No passado, o CEO deveria ser capaz de analisar sua empresa e tomar decisões em função da análise interna que fazia. Como tempo, oCEO teve que dividir este olhar interno comumexterno, avaliandode formamais atenta osmovimentosdaconcorrênciaeaconjunturaeconômica. Por estarmos vivendo num ambiente competitivo de altíssima imprevisibilidade, atualmente o olhar externo se tornou fundamental, mas não apenas res- trito às cercanias de sua indústria ou da conjuntura local. É de extrema importância que o CEO moderno seja capaz de avaliar possíveis novos entrantes, que normalmente trazem modelos de gestão muito mais ágeis e fortemente suportados por tecnologia. Isso porque estes novos entrantes podem ter a capacidade de transformar totalmente a dinâmica da indústria e representam uma maior ameaça. Estar atento às novas tendências de perfis e hábitos de consumoquegeramumnovocomportamentodademanda é fundamental. A base da inovação está na observação e no entendimento dos novos comportamentos de con- sumo e os gaps deixados pela concorrência direta e indi- reta, o que pode gerar novas oportunidades de negócio. Sua gestão deve sempre estar preocupada com a implantação de normas de governança que geremesta- bilidade e credibilidade para omercado e para os inves- tidores, sendo sensível às questões sociais e, dentro do possível, tentando tornar sua empresa um agente de transformação social, implantando soluções de ESG e Stakehold Captalism. Alémdisso, a conjuntura econômica está toda conec- tada e atualmente os impactos econômicos são globais. Logo, ter uma visão ampla dos aspectos econômicos e seus impactos no ambiente de negócio é fundamental. Outro ponto crucial é desenvolver a relação com o board e comseus reportes diretos para quebrar as amar- ras corporativas e gerar uma agilidade menos comum emgrandes corporações. Cria-se assimumnovo jogo de papéis necessário ao CEO do futuro. No passado, as funções atribuídas aos conselhos de administração nas empresas brasileiras estavamasso- ciadas principalmente a atividades essencialmente relacionadas à aprovação de propostas vindas da dire- toria executiva. Esta realidade vemmudando gradativamente e obser- va-se que o board das empresas mais modernas, que implantammodelos de governança mais contemporâ- neos, tem se envolvido diretamente nas questões mais delicadas da gestão, assimcomo no envolvimento proa- tivo do processo de formulação estratégica e do controle de sua implantação. Sendo assim, um diálogo positivo e construtivo entre o board , o CEO e sua diretoria exe- cutiva passaram a ser um ponto fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Particularmente, tive uma grande experiência neste sentido ao participar do board daAnhanguera Educacio- nal durante o processo de fusão com a Kroton, que deu origema uma dasmaiores instituições de ensino global. Na ocasião, o board teve umpapel decisivo na concreti- zação do negócio, atuando de forma muito próxima e positiva coma diretoria executiva da instituição, orien- tando as decisões e dando a segurança necessária para Abase da inovação estána observação e no entendimento dos novos comportamentos de consumo e gaps deixados pela concorrência