ESTRATÉGIA REVISTA DA ESPM | EDIÇÃO 123 | 2022 22 Háquasedez anos, emjulhode 2013, aESPM dava um grande passo para promover a renovação acadêmica da instituição ao aprovar uma importante peça de direcionamento estratégico: o Plano Diretor Acadêmico, ou PDA, um documento bastante avançado para a época, que virou a estrela-guia das ações da instituição. Em sua primeira versão, o PDA previa que a implantação plena das iniciativas não se daria antes de 2020, o que efetivamente ocorreu: as primeiras turmas de graduação que passarampor todo o processo de aprendizagem idealizado no PDA foramas que entraramna ESPM em 2016 e se formaram entre os anos de 2019 e 2020. Aomesmo tempo que coloca o estudante na posição central do processo de aprendizagem, o PDA vai além, ao considerar não somente a dimensão acadêmica da pessoa,mas tambémo indivíduona sua totalidade. Com isso, é possível identificar e explicar o perfil transformador para a comunidade interna e para a sociedade como um todo. Transformadores e transformadoras são pessoas inquietas, questionadoras, que desafiam as soluções conhecidas e propõem caminhos radicalmente novos. Ao longo da sua história, a ESPM sempre se caracterizou por “atrair idealistas e pela capacidade de sustentar uma cultura pautada em ousadia, inovação e vanguardismo”, como aponta o documento do Plano Diretor Acadêmico da ESPM. Assim, o processo de aprendizageme formação desse agente transformador passou a ser ancorado emquatro pilares fundamentais: o papel do docente; o aproveitamento estratégico de situações de aprendizagem que contextualizam o conteúdo a ser aprendido; o uso de vivências como ponto central do processo de aprendizagem; e a oferta de currículos flexíveis aos estudantes (ver Figura 1). Com o atingimento dos objetivos inicialmente propostos na versão original do PDA, nesta nova década fez-se uma revisão e atualização do planejamento para impulsionar a contínua evolução da instituição, em um ambiente bastante diferente daquele em que nos encontrávamos quando o plano foi redigido. Essa nova versão do PDA dá grande ênfase ao autoconhecimento e à autoconsciência. O PDA original pedia que a Escola se posicionasse a favor da realização do projeto de transformação do estudante. Mas não lançava luzes sobre o processo de autodescobrimento individual, nem sobre as qualidades necessárias para mobilizar pessoas e recursos a nosso favor. O repensar do PDA se dá no momento em que um modelo renovado de liderança semostra fundamental. OBrasil emesmo omundo estão sofrendo coma falta de líderes genuínos e mobilizadores e isso afeta as estruturas sociais e também as organizações empresariais. Não há como cumprir uma agenda transformadora sem exercer a liderança, sobre si próprio e sobre os outros. Mas, quais são as características de uma líder excepcional? Embora talvez nunca tenhamos a última palavra sobre esse assunto, me parece que temos a primeira: autoconsciência. Quando os 75 membros do Conselho Consultivo da Stanford Graduate School of Business foram convidados para recomendar a capacidade mais importante para os líderes desenvolverem, sua resposta foi quase unânime: autoconsciência. (GEORGE, SIMS, McLEAN, & MAYER, 2007) No livro InteligênciaEmocional (EditoraObjetiva, 1996), Daniel Goleman afirma que autoconsciência é o pilar fundamental para o desenvolvimento de inteligência Fonte: ESPM, 2013 FIGURA 1 – O TRANSFORMADOR NO CENTRO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTY1