Revista da ESPM - STE-OUT_2011
R e v i s t a d a E S P M – s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 104 produtos que ele mesmo viria a utilizar, quem poderia imaginar? Grupos de aprendizagem coletiva, centros de pesquisa abertos a ci- dadãos comuns, livros eletrônicos Kindles descartando livros de papel, música digital disponível free nas máquinas de todos os tamanhos, a consciência de que a vida pode ter fim com o aquecimento global, tudo além da imaginação. A ovelha Dolly, o ataque às torres gêmeas e a invasão Wikileaks seriam fruto de imaginações delirantes. No campo do ensino, as tecnologias aplicadas nas escolas eram utilizadas mais para me- lhorar a qualidade do conteúdo do que para potencializar a capacidade de aprendizagem. Tempos do ábaco, de atenção farta, da tabuada na cola, do estojo com cheiro de madeira, não voltam mais. Se as tendências atuais principiam a se ace- lerar, vai acontecer o que o inventor-futurista Ray Kurzweill tem propagado: este século irá assistir a mudanças tecnológicas numa escala 80 vezes maior do que no século 20. Isso sem falar no mutante quadro geopolítico do mun- do que já começa a revelar uma reorganização das forças de poder do norte ao sul. Diante desse novo mundo, o que as escolas e centros de aprendizagempodem fazer para que o choque do futuro que o Alvin Toffler profe- tizou nos anos 80 não seja tão intenso? Como podemos tirar proveito dessas mudanças? Aqui alguns caminhos que percorro nesse passeio pelo futuro, que, pelo que parece, já está batendo na porta. Estudar para o futuro Como aprender a conviver com as mudanças? Como aprender a implementá-las? As nossas escolas preparam pessoas para o que virá? Certamente não. As mudanças pelas quais passamos constantemente só poderão ser destiladas em soluções se formos capazes de nos orientar para o futuro. Um dos aspectos que definem uma sociedade é sua atitude em relação ao tempo. O Brasil, eterno país do futuro, atuando na contramão do seu destino programado, tem se orientado excessivamente pelo presente e se mobilizado sempre para o curto prazo, o que nos torna uma sociedade atrofiada pelo imediatismo. Esse nosso insistente apego pelo presente retroalimenta nosso comportamento e nos limita na capacidade de criar um projeto de nação que fortaleça nossa autoestima, defina nossa identidade e nos eleve multidimensio- nalmente como referência mundial. É nos espaços da escola que essa mudança temporal de olhar o mundo deverá ocorrer, principalmente no ensino fundamental, que tem perdido toda a riqueza imaginativa ine- rente às crianças. As escolas precisam reexaminar o horizonte temporal que aplicamno seu sistema de apren- dizagem e mudar as perspectivas abordadas nas salas de aula, já que desde nossa tenra in- fância, nunca aprendemos o futuro nas salas de
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