Revista da ESPM - STE-OUT_2011
SUMÁRIO executivo R e v i s t a d a E S P M – s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 122 O futuro da educação PAULO SECCHES E NAIRA MANEO PÁG. 18 A individualização da sociedade trouxe con- sigo a predominância das visões individuais sobre o coletivo. Raramente encontramos a visão do todo. Frequentemente, o que encontramos são os agentes individuais externando suas posições baseadas nas suas demandas e interesses pessoais e “culpando” o outro agente sobre os eventuais não cami- nhar. O debate sobre o Futuro da Escola não foge a essa regra. Procuramos, neste artigo, ouvir as partes envolvidas (alunos, professores e empre- sas). Constatamos que “ninguém entende ninguém” porque cada qual olha o seu micro-mundo, ainda sob a sua ótica. Mas o curioso é que a busca de todos está na mes- ma direção. Existe um desejo, uma direção comum a seguir. Seguir esse caminho representa uma forte quebra de paradigmas, assim como o aban- dono de papéis já cristalizados nos Agentes envolvidos. A escola do futuro: navegando na contramão LAURA GALLUCCI PÁG. 26 Pesquisas científicas sérias mostram que o cére- bro humano fica maduro em torno de 27 anos. Até então, excesso de massa cinzenta e grande atividade no córtex pré-frontal (responsável pela tomada de decisões), são responsáveis pela falta de concentração dos jovens; ou seja, essa é inerente à imaturidade do cérebro humano e não causada pela internet. Assim, não faz sen- tido comparar a capacidade de concentração, de análise e de tomada de decisões dos jovens com as de um adulto: com a idade, perde-se massa cinzenta e se desacelera a atividade no córtex pré-frontal, mas se ganha capacidade de criar maior número de sinapses (fundamental para concentração e aprendizagem). Portanto, em vez de culpar as novas tecnologias pela “perda de inteligência” dos jovens, é preciso incorporar essas tecnologias ao conteúdo e à di- nâmicacurricular,paranosaproximarmosdouni- versocognitivodojovemecriaraescoladofuturo. Trazendo as emoções para dentro da sala de aula ALEXANDRE GRACIOSO PÁG. 32 O funcionamento do cérebro tem atraído a atenção de cientistas de várias áreas nas últimas décadas, e também na educação se implantou o debate sobre como incorporar as descobertas da neurociência ao processo de ensino-apren- dizagem. Umas das importantes mensagens que as ciências trazempara os educadores é que o cérebro humano se desenvolveu, ao longo do processoevolutivo,detalformaqueosestímulos emocionais sãoprioritários emrelação a estímu- los puramente racionais. Essa constatação tem profundas implicações para o relacionamento entreprofessoresealunoseadinâmicadeapren- dizadodentroeforadasaladeaulaeapontapara a necessidade de engajar cada vez mais o aluno em seu processo de desenvolvimento. Uma reflexão sobre os jovens, rumo à universidade do futuro PEDRO LUIZ RIBEIRO DE SANTI PÁG. 48 Oautor propõe que a compreensão do compor- tamento dos jovens contemporâneos começa pela tarefa de nos desfazermos do forte ima- ginário do jovem dos anos 60 que trazemos: jovem sonhador, transgressor. Diversas pes- quisas dos últimos 10 anos trazem a imagem de um jovem mais conservador e preocupado com o trabalho e a família. Longe da ideia de liberdade, temos uma perspectivamais próxima da falta de referência e insegurança. Ante um ambiente em que há um “excesso de acesso” a informações, consumo, pessoas, todos nós tentamos criar recursos para lidar com isto. Em princípio, parece que os jovens perderam recursos de reflexão e profundidade de gerações anteriores, mas sem dúvida eles criam recurso e habilidades que ainda não somos, sequer, capazes de avaliar. A escola para o futuro e o fim da sala de aula SÉRGIO PIO BERNARDES PÁG. 56 A forma como tradicionalmente estão organizados os projetos pedagógicos e o espaço físico das instituições de ensino superior dificulta a formação de uma elite intelectual, dada a excessiva importância de atividades em que predomina a metodologia de transmissão de informações, de forma “taylorista”. Neste artigo o autor propõe projetos pedagógicos fundamentados na metodologia do “aprender a aprender”, diminuição de horas-aula, transformação do professor em pesquisador/gestor de co- nhecimento e construção de espaços físicos diferenciados, com base na articulação de Fóruns Multidisciplinares e Laboratórios, para que a práxis seja realmente efetivada. A educação: quando o futuro ressignifica o passado MANOLITA CORREIA LIMA PÁG. 64 Em tempo algum a Educação atraiu tantas aten- ções,sejanaagendadegovernosqueambicionam liderar reformas nacionais, seja de agênciasmulti- laterais desejosas de influir sobre a modernização da educação mundial. De algum modo, todos pretendem trilhar caminhos na direção de um futuro promissor capaz de formar crianças, jovens e adultos para viver em sociedades intensivas em
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