Revista da ESPM - STE-OUT_2011
O ode parecer estranho falar do passado numa edição da Revista da ESPM sobre o futuro da Educação. Mas gostaria de aproveitar este espaço e esta página final para tra- tar um pouco da “minha” ESPM, uma instituição de ensino superior com a qual convivo há quase meio século – e que comemora os seus 60 anos bem vividos a partir deste mês de outubro de 2011. De fato, minhas primeiras lembranças da Escola – ainda nas quatro salas que ocupava no prédio original de sua fundação, o mesmo que abrigava o MASP e os Diários Associados – são de 1966. Lá se reuniam profissionais de propaganda e marketing, para dar aulas noturnas sobre suas es- pecialidades, no que se chamava de “curso livre”. Eu era gerente de produtos, numa empresa que não existe mais – a Corn Products, no Brasil Re- finações de Milho Brasil, fabricante de Maizena, Knorr e outros produtos. Um colega convidou-me para dar umas aulas com ele no Centro de Trei- namento e Desenvolvimento (CTD) e fui mordido pelo bichinho da educação, para sempre. Mas o primeiro convite para atuar em educa- ção, mesmo, veio de Antenor Negrini e Harry Simonsen Jr., que dirigiam a Fundação Brasi- leira de Marketing e precisavam de um diretor para o seu Curso Superior de Marketing – o primeiro do Brasil. Trouxe-me para a ESPM Ivan Pinto (até hoje nosso professor), em 1969, para substitui-lo nas aulas de Elementos de Propa- ganda. Em 1971, quando Otto Scherb deixou a presidência da Pond’s brasileira para assumir a direção da ESPM, full-time , convidou-me para ser o diretor de cursos, substituindo o ocupa- díssimo Roberto Duailibi... Ponto de vista ES PM São flashes do passado. Vamos ao futuro. Nossa ESPM foi precursora, no Brasil, em dois aspectos importantíssimos. Primeiro, na respon- sabilidade social – de um grupo de profissionais que sentiram falta de uma escola para ensinar coisas novas – propaganda e marketing – e cria- ram uma, sem esperar que o governo o fizesse. Segundo, na interação entre a academia e o mer- cado de trabalho, formando novos profissionais focados em suas carreiras pelas aulas recebidas dos melhores profissionais do ramo, exercendo a carreira simultânea de professor. Se fosse recriar o slogan famoso: Faz quem pode e ensina quem faz. Isso – ainda hoje – parece estranho e meio icono- clástico aos profissionais “oficiais” da educação, em nosso país. Não é. A academia já não pode, há algum tempo, isolar-se das realidades do mercado e discriminar contra quem sabe fazer e ensinar, mas não tem um título de mestre ou doutor. E a maior prova disso é o fato de que – entre as 20 universidades consideradas como melhores do mundo – 17 estão nos EUA, país em que Educação e Indústria caminham de mãos dadas e mantêm permanente intercâmbio de profissionais. Assim mesmo, estou falando do presente e não do futuro. Na ESPM, estamos sempre nos perguntando “qual é o nosso nicho?”. Propaganda e Marketing viraram Comunicação e Gestão. A mídia deu lu- gar a um universo de tecnologia em permanente explosão. As indústrias criativas consolidaram a união entre engenho e arte. O limite deste futuro se encontra além da imaginação. Mas é com ele que sonhamos. J. Roberto Whitaker Penteado - Diretor-Presidente da Diretoria Executiva da ESPM J. ROBERTO WHITAKER PENTEADO ESPM: passado e futuro P
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