Revista da ESPM - STE-OUT_2011
ou informações. Não trafegam por micro e macro universos, enxergam apenas a árvore ou apenas a floresta. Não têm capacidade analítica, não sabem questionar, nem emitir opinião, apesar de terem uma boa formação acadêmica e capacitação técnica”. Ou seja, as escolas lhes entregam técnicos, o que consideram menos importante, mas não seres pensantes, que interconectam temas, hábeis no relacionamento em equipe com outros humanos. PARA PENSAR: como as escolas são avalia- das? Por quais critérios os ENEM’s e os Exa- mes de Ordem avaliam as escolas? Pela sua capacidade de formar seres sociais pensantes ou pelo seu domínio técnico? Como o MEC avalia e “controla” as escolas? Pelo cumpri- mento do currículo escolar ou por formarem seres sociais pensantes? Assim como os alunos também têm o seu diagnóstico: “os professores são chatos, não apresentam nada interessante, não sabem ensinar”. PARA PENSAR: como captar a atenção de um aluno que salta, ininterruptamente, de um tema para outro na internet, onde cada página, cada nova imagem tem frações de segundo para capturar sua atenção. Essa é a realidade do humano estudante hoje. Não adianta começar da negação do fato. SÍNTESE DA CONFUSÃO: os alunos não prestam atenção porque os professores falam algo que não lhes interessa ou de uma forma chata . Os professores repetem, comoAristóteles, suas verdades, já não reconhecidas como tal, de sentido único (eu falo, vocês ouvem e apren- dem). E as empresas buscam seres pensantes que as escolas não entregam, até porque não existem para formar seres pensantes (ou assim acreditam), mas para abastecer o mercado de técnicos bem formados. E assim a roda gira para trás... O que queremos? Recentemente trabalhamos em um interes- sante projeto sobre “Eficácia da Comunicação”. O projeto tinha por objetivo entender como a Comunicação pode ser eficaz em um mundo onde a atenção dos indivíduos está fragmenta- da ou dispersa emum conjuntomuito amplo de informações e disputada por diferentes meios, veículos e estímulos diversos. Entre “ n ” outros achados interessantes, o projeto identificou que a atenção é desperta- da se três elementos estão presentes: o novo , o relevante e o que emociona . A ordem dos fatores não altera o produto, aqui. Ou seja, se eu quiser a atenção das pessoas, eu preciso falar-lhes algo relevante , tocando o seu coração, de forma nova . Existem “ n ” argumentos para sustentar a afirmação acima que não vamos detalhar agora. Mas, acreditem, é uma afirmação faci lmente sustentável e ancorada nas descobertas mais recentes da neurociência (segundo neurocientistas entrevistados). Sendo assim, não é difícil entender por que os alunos amam os professores mais lúdicos no ensinar , contadores de estórias e histórias . Eles aprenderam a transformar a história/estória a ser contada em algo novo, emocionante que desperta a atenção dos alunos. Mas é claro que este caminho é apenas um caminho e nem todos os professores consegui- rão ser performáticos para com isto capturar a atenção dos alunos. Mas é claro, também, que se os professores não conseguirem capturar a atenção dos alunos, eles não conseguirão ensinar, simplesmente porque os alunos considerarão que não têm o que apreender com os professores. De fato, esses (os professores) já se encon- tram encurralados porque, via de regra, dominam menos que os alunos o instru- M. Dueñas s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 – R e v i s t a d a E S P M 21
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