Revista da ESPM - STE-OUT_2011

Capacitar os indivíduos para entender os ecossistemas nos quais vivemos, porque assim compreenderemos a necessidade de uma visão sistêmica do mundo e dos pro- blemas empresariais com os quais lidamos no dia-a-dia. E essa visão dos ecossistemas é tanto mais relevante quanto mais pensa- mos que a internet nos possibilita acesso em frações de segundos a qualquer endereço e/ou informação que não conseguimos se- quer imaginar onde aquilo reside física ou espacialmente. Imaginem a consequência desse exercício diário de acesso fragmentado e desconectado de informações diversas e soltas, sobre a capacidade de conectar elementos na construção de uma solução. Um desastre. E flexibilizar currículos , para potencializar a utilização das habilidades e interesses indi- viduais, em contraposição à redução forçada de todos os interesses ao currículo único determinado pelo “grande irmão”. Assim, futuras graphic designers não precisarão ser O “tecnicismo”, modelo pedagógico adotado formalmente pelo governo militar, é orientado para a preparação de um maior contingente de mão de obra, com a intenção de atender às novas atividades capitalistas abertas pelomercado deste período. Compreender esse fenômeno educativo, a partir de seus determinantes sociais, é refletir sobreaeducaçãocomoinstrumentodedominação a serviço de interesses elitistas e a reprodução da sociedade de classes. submetidas a aulas de contabilidade. Aqui o mecanismo de créditos utilizados pelas escolas americanas tem essa dimensão equacionada há muito tempo. Normalmente essas disciplinas estão ausen- tes dos currículos universitários (a não ser dos cursos da formação técnica específica). Muitas vezes são mesmo referidas como extracurriculares . Quando o extracurricular , no universo universitário, nunca foi apreendido nos estágios anteriores do aprendizado, o que temos? Uma lacuna brutal no conhecimen- to, que, como consequência, nos impede ou, pelo menos, dificulta brutalmente: • Pensar • Pensar de forma sistêmica • Compreender o outro humano, com o qual nos relacionamos • E no limite, a vida em sociedade Este é o desastre do padrão da educação fun- cional de hoje, que não atende mais ninguém. Dequalquermodo,mesmoque fôssemos capazes de incorporar esse conteúdo à Escola do Futuro, ainda teríamos um problema sério a equacionar: como transmitir esse conteúdo de forma envol- venteo suficienteparaquealunos ospercebessem como interessantes e professores não “lessem” os alunos como desinteressados. Ou seja, como transmitir esses conteúdos de forma relevante para os agentes aos quais eles se destinam, nova e emocionante ? Início de setembro de 2011, o The New York Times pubicou uma extensa e interessante matéria especial sobre o “Ensino do Futu- ro”, na qual lia-se o seguinte texto: R e v i s t a d a E S P M – s e t e m b r o / o u t u b r o d e 2 0 1 1 24

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